Juiz coloca Eike e Sérgio Cabral no banco dos réus
VEJA.com João Pedroso
de Campos7 horas atrás 11/02/2017
O juiz federal Marcelo da Costa Bretas, responsável
pelos desmembramentos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, aceitou
nesta sexta-feira denúncia do Ministério Público Federal e tornou réus o
empresário Eike Batista, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB),
a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo e outros seis acusados. Alvos das
operações Calicute e Eficiência,
Cabral, Adriana e Eike estão presos
preventivamente no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do
Rio.
O ex-bilionário é acusado pelo MPF de corrupção ativa e
lavagem de dinheiro por supostamente ter pagado 16,5 milhões de reais em
propina a Sérgio Cabral por meio de contratos fictícios de compra e venda de
uma mina de ouro na Colômbia.
A ex-primeira-dama também teria recebido de Eike
Batista, conforme com os procuradores, um milhão de reais de em contratos
fictícios de advocacia.
Ao ex-governador, apontado pelos investigadores como “líder
da organização criminosa”, são atribuídos os crimes de corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e evasão de divisas, cujas penas, somadas, podem chegar a
50 anos de prisão.
O peemedebista figura no banco dos réus em outros dois
processos: um decorrente da Operação Calicute, que também corre sob a
responsabilidade de Bretas, e outro na Justiça Federal de Curitiba, aos
cuidados do juiz federal Sergio Moro.
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As investigações da Operação Eficiência, que levou Eike à
cadeia, aprofundaram a apuração dos crimes desvendados na Calicute a partir das
delações premiadas dos irmãos Marcelo e Renato Hasson Chebar, ambos operadores
financeiros de Cabral no exterior e também réus na ação penal aberta hoje por
Marcelo Bretas.
Para aceitar a denúncia, o juiz não analisou o mérito da
peça do MPF, apresentada nesta sexta-feira, mas examinou se a acusação preenche
os requisitos legais e se não há motivo para recusá-la imediatamente.
“Verifico, ainda, estarem minimamente delineadas a autoria e a materialidade
dos crimes que, em tese, teriam sido cometidos pelos acusados”, pondera o
magistrado.
Além de Eike Batista, Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo e os
irmãos Chebar, serão julgados por Marcelo Bretas o ex-advogado de Eike Flávio
Godinho, o ex-executivo das empresas X Luiz Arthur Andrade Correia, o
ex-secretário do governo Cabral Wilson Carlos e Carlos Miranda, um dos
operadores financeiros do peemedebista.
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