MORO SEM LIMITES: Moro grita e se descontrola em audiência e
‘pede’ para delatarem Lula; VEJA!
14 de fevereiro de 2017
JORNAL GGN
Em fase de audiências de testemunhas, o juiz Sérgio Moro, da
Vara Federal de Curitiba, ouviu nesta segunda-feira (13) outros depoentes do
caso do triplex do Guarujá.
A exemplo do que ocorreu até agora, todas as
testemunhas desmontaram a denúncia da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
A Moro, a defesa de Lula afirmou que o questionário ao
ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, eram “perguntas de um
inquisidor, e não as perguntas de um juiz”.
Os advogados interromperam o
magistrando quando ele estava induzindo a testemunha a afirmar que a escolha da
diretoria internacional da estatal, em 2008, foi uma indicação política. Mas
Gabrielli apenas afirmou que foi uma decisão do Conselho Administrativo e que
lá não se discutia questões partidárias.
A atuação de Moro teve início quando Gabrielli negava as teses dos
investigadores da Lava Jato de Lula teria influência no esquema de corrupção.
Contou que a uma reestruturação já estava sendo pensada na Petrobras e que
ficou sabendo que a indicação de Jorge Zelada por Nestor Cerveró era do PMDB
apenas por meio da imprensa.
Mas Moro insistiu:
Advogado: Há um limite excelência.
Moro: Eu estou fazendo as perguntas.
Advogado: Vossa excelência está insistindo.
Moro: Eu estou fazendo as perguntas, doutor. Não estou induzindo a testemunha.
Advogado: É a quinta pergunta. Ele já respondeu.
Moro: Eu ouvi pacientemente as perguntas da defesa e do Ministério Público, eu
estou fazendo as minhas perguntas. Certo?
Advogado: Mas as suas perguntas são as perguntas de um inquisidor, e não as
perguntas de um juiz.
Moro: Doutor, respeite o Juízo.
Advogado: Vossa excelência respeite então a ordem processual.
Moro: respeite o juízo.
Em seu relato, o ex-presidente da estatal falou sobre a
construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e disse que as conversas
que teve com Lula foram “sempre no plano da importância da Petrobras para o
Brasil”, com o objetivo de “ter a melhor gestão possível para alcançar os
objetivos definidos”.
Ressaltou o governo do ex-presidente para o avanço econômico da companhia:
“afirmou que a Petrobras teve um crescimento exponencial durante o governo Lula
e que a Laja Jato comprometeu a operação e a saúde financeira da empresa.
Afirmou que a companhia, após a venda das ações em 2000, apurou seus mecanismos
de controle, dispondo de um Conselho de Administração, auditoria interna e
externa, ouvidoria e segurança interna”, relatou em nota a defesa de Lula.
Gabrielli também negou que o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo
Roberto Costa, tenha acordado com o ex-presidente Lula em desvios de valores.
“[Paulo Roberto Costa] não demonstrava nenhum comportamento que ele veio a
confessar.
Era uma pessoa pacata, cumpridora de seus deveres e não demonstrava
nenhum comportamento ilícito, como veio a confessar”, disse.
A mesma manifestação foi em relação a Nestor Cerveró: “Acho que ele
dificilmente teria acesso ao Lula. Nunca mencionou nenhum contato com Lula”,
disse Gabrielli, que repetiu as mesmas palavras sobre uma relação de Pedro
Barusco e o ex-presidente. Por fim, ao mencionar sobre influências políticas na
escolha de diretores da Petrobras, o ex-presidente da companhia citou que isso
ocorre desde a fundação da empresa, em 1953.
Além de Gabrielli, também prestaram depoimento o ex-ministro de relações
institucionais do governo Lula, Jaques Wagner.
Ele detalhou sua atuação na
equipe ministerial da gestão petista e disse desconhecer origens ilícitas para
a suposta manutenção de Lula de sua base parlamentar, como sustentam os
investigadores no processo.
“À exemplo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso (9/2),
Gabrielli e Wagner, em seus depoimentos, mostraram que a ampliação da base
aliada parlamentar no governo Lula seguiu exatamente os mesmos parâmetros de
outros governos”, narraram os advogados de Lula.
Do lado da OAS, foram ouvidas testemunhas do ex-presidente da área de
Investimentos, Fabio Yonamine, que também é réu na mesma ação penal.
O
administrador de empresas da construtora, Daniel Cardoso Gonzalez, disse que
“nunca presenciou nada do tipo” sobre o triplex ou a reforma que supostamente
era destinada a Lula em troca de favores.
O advogado Adriano Cláudio Pires Ribeiro, da área jurídica da construtora de
2007 a 2013, ainda negou saber que um triplex no Guarujá seria entregue a Lula
por troca de favores ou vantagens indevidas.
Tendo atuado no setor, detalhou
toda a operação financeira feita pela OAS para assumir os empreendimentos da
falida Bancoop, com análises de viabilidade jurídica, as possibilidades de
rentabilidade da construtora.
Também desmontou toda a denúncia contra Lula, ao afirmar que a falecida esposa
de Lula, Dona Marisa, não optou pelo empreendimento, e que à OAS essa escolha
não interferia, uma vez que já havia preenchido 90% de consentimento dos demais
compradores, garantindo assim a sustentabilidade da construção do edifício.
Confirmou que a relação dos cooperados era com a Bancoop e não com a OAS,
podendo receber o dinheiro investido de volta.
“Esse depoimento se soma a outros já prestados para mostrar
que é fantasiosa a acusação do Ministério Público Federal de que D. Marisa
teria comprado uma cota da Bancoop, em 2005, já sabendo que a OAS iria assumir
o empreendimento Mar Cantabrico (atual Solaris), em 2009, e iria lhe entregar
uma unidade diversa daquela relacionada à sua cota e às contribuições por ela
realizadas”, informou a defesa de Lula em nota.
Outra testemunha, o engenheiro da OAS empreendimentos desde 2010, Genésio da
Silva Paraíso, e que cuidou dos pagamentos à Talento – empresa que fez a
reforma no apartamento 164-A, apontado pela Lava Jato como do ex-presidente e
da ex-primeira-dama -, disse que o contrato foi de procedimento padrão, sem
irregularidades.
Genésio confirmou que as reformas foram feitas quando o ex-presidente surgiu
como possível cliente do empreendimento, mas negou que ocorreram com
ilegalidades. Também afirmou nunca ter ouvido falar de um caixa geral de
propinas na OAS, destinada a isso.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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