Youtuber contratado pelo governo para elogiar educação
xingou nordestinos
"Nordeste elegeu Dilma porque pensa com a barriga e não
com a cabeça", escreveu Lukas Marques, que ofendeu também mulheres, negros
e gays
Por: Viver/Diario -
Diario de Pernambuco
Por: Agência
Estado
Publicado em: 17/02/2017 19:16 Atualizado em: 17/02/2017
19:41
Lukas Marques pediu desculpas pelos comentários
preconceituosos.
Foto: Twitter/Reprodução
O Youtuber Lukas Marques, um dos seis contratados pelo Ministério da Educação
(MEC) para uma campanha publicitária sobre a reforma do ensino médio, pediu
desculpas, nesta sexta-feira (17), por comentários preconceituosos que fez em
seu Twitter.
Usuários da rede social trouxeram à tona algumas postagens antigas
de Lukas, nas quais ele chama mulheres de vagabundas, xinga nordestinos e a
então presidente Dilma Rousseff e afirma que homossexulidade não é normal.
"Nordeste elegeu Dilma porque pensa com a barriga e não com a
cabeça", diz uma das publicações, publicada em 2014. Em 2011, ele postou
que "mulher que tem mais de 1000 amigos no Facebook é puta".
"Como estragar sua noite: imagine a Dilma de quatro para você", em
2014.
"Sobre meus tweets antigos, eu peço desculpas. Não é como eu penso e
me arrependo de ter postado. Nunca tive a intenção de ofender ninguém",
escreveu ele no pedido de desculpas.
"Não vamos mais falar sobre isso.
Agora é bola pra frente", completou.
Alguns dos seguidores defenderam Lukas, apontado que as postagens
preconceituosas eram antigas, de 2014, 2012 e 2011.
"Eu sei que você já
foi um garoto estúpido mas que hoje em dia não é como mostraram", escreveu
um internauta. Nem todos, no entanto, perdoaram."Agora que tá recebendo
do governo golpista é muito fácil se fingir de arrependido", acusou um
seguidor.
O Ministério da Educação (MEC) pagou R$ 295 mil para seis youtubers fazerem uma
campanha sobre a reforma do ensino médio, sancionada na última quinta-feira
(16), pelo presidente Michel Temer (PMDB). Os vídeos explicam as mudanças e
fazem elogios à proposta, sem identificar que o conteúdo foi patrocinado pelo
ministério.
A pasta informou ter pagado os "influenciadores digitais"
porque eles
estão incluídos nas mídias digitais e complementam
a estratégia de comunicação
institucional para divulgação e esclarecimento sobre a reforma.
"No caso
do ensino médio, o público alvo da campanha de divulgação e esclarecimento é
jovem. Pesquisas apontam que 92% de jovens de 15 a 25 anos, de todas as classes
sociais, utilizam este tipo de mídia para se informar." A contratação da
campanha publicitária foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Um dos vídeos foi publicado no canal Voce Sabia?, comandado por dois jovens,
que tem mais de 7,1 milhões de assinantes.
Os youtubers Luka Marques e Daniel
Mologni explicam os benefícios da reforma. "Convenhamos galera, essas
mudanças são realmente boas para vocês", dizem, após explicarem alguns
pontos da mudança.
O vídeo foi publicado no dia 31 de outubro de 2016, quando estudantes ainda
ocupavam escolas contra a reforma. Os youtubers inclusive dizem para os jovens
não darem atenção para algumas das críticas que a proposta recebeu.
"Acabou gerando uma polêmica também porque tem muita gente reclamando que
artes e educação física foram retiradas do currículo básico. Galera, se alguém
falar isso para você, nem dê atenção, porque isso nem rolou. O povo fala
demais, nem sabe", dizem.
A proposta original apresentada pelo MEC não explicitava a obrigatoriedade
dessas duas disciplinas, além de filosofia e sociologia, no ensino médio, o que
motivou críticas de especialistas e entidades. Foi apenas em dezembro, com uma
emenda protocolada na Câmara, que a obrigatoriedade dessas disciplinas voltou a
ser fixada.
Outro vídeo foi publicado no dia 5 de janeiro no canal do youtuber Pyong Lee,
que tem mais de 3,3 milhões de assinantes. O jovem também reduz as críticas
recebidas pela reforma.
"É um tema que está gerando bastante discussão e
até polêmica, mas muita gente nem sabe do que se trata e como vai ser feita
essa reforma", diz.
Depois de explicar os pontos da reforma, ele diz que
as mudanças são um "caminho, uma luz". "O fato de haver uma
preocupação em relação à educação, o que há muito tempo a gente não vê, é
positivo e motivador", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário