URGENTE: Advogado diz que gráfica prestou serviço à campanha
Dilma-Temer e relator já pede cassação de presidente
20 de fevereiro de 201
O proprietário da gráfica Focal, o empresário Carlos Roberto
Cortegoso, testemunha ligada às gráficas que prestaram serviços à campanha de
2014 da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, foi o último a ser ouvido nesta
segunda-feira (20) na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em São Paulo.
A gráfica é uma das empresas investigadas por supostas irregularidades durante a
campanha eleitoral. Cortegoso
saiu por volta das 16h15, sem falar com a
imprensa.
Cortegoso e outras três testemunhas foram ouvidas nesta
segunda-feira pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman
Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma e Temer.
Os
depoimentos estão sendo transmitidos por videoconferência para o ministro em
Brasília.
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Na saída do local, o advogado Marcio Antonio Donizete Decreci, que defende
Cortegoso, disse que os depoimentos são sigilosos e evitou dar muitos detalhes
sobre o que foi dito. “Isso corre sob sigilo e só estou acompanhando”, disse.
“Carlos esclareceu todos os pontos do trabalho que ele desenvolveu na campanha,
em relação ao trabalho da Focal e os serviços realizados”, disse. “Ele prestou
o serviço, isso eu posso dizer”, ressaltou.
Outros depoimentos
Além de Cortegoso, mais três pessoas foram ouvidas: duas
como investigadas, os empresários Rodrigo Zanardo e Rogério Zanardo, da Rede
Seg Gráfica, e o ex-motorista de Cortegoso, Jonathan Gomes Bastos, como
testemunha.
Em seu depoimento, o ex-motorista, que já havia prestado depoimento no dia 8,
disse que foi usado como laranja sem seu conhecimento.
Ele contou que está
movendo um processo contra a gráfica, onde trabalhou por 13 anos. “Minha vida
mudou muito, hoje tenho o nome sujo, estou desempregado.
Usaram meu nome em
três empresas citadas na Lava Jato [Focal Point, Redeseg e VTPB]. Fui um
laranja”.
O motorista disse ainda que está com dificuldades para
conseguir emprego. “Só preciso voltar a trabalhar. O que vai acontecer com eles
não me importa, porque eles são ‘peixe grande’, tudo bandido e com eles não vai
acontecer nada”.
Sobre o depoimento do ex-motorista, o advogado de Cortegoso preferiu não fazer
comentários. “Isso é uma questão que está toda no processo e, nesse momento,
não quero me manifestar sobre isso”.
Advogados
Os advogados do presidente da República, Michel Temer, e da
ex-presidente Dilma Rousseff acompanharam os depoimentos desta segunda-feira na
sede do TRE.
Na saída, Gustavo Guedes, o defensor do presidente, disse que esta
“foi mais uma audiência extenuante” e que as testemunhas ouvidas, desde as 10h,
“em nada contribuem com o objeto desse processo”.
Segundo Guedes, o testemunho do ex-motorista é estranho ao
processo. “A relação societária que ele tinha com o senhor Carlos Cortegoso é
uma situação estranha a esse processo.
O Brasil não pode seguir com esse
processo tão importante para esse País por conta de uma relação societária de
uma gráfica ou de uma empresa que forneceu para a campanha. Na nossa avaliação,
esse é um tema que deve ser tratado na esfera criminal e tributária”.
Guedes disse que as provas no processo comprovam que as
gráficas forneceram material de campanha. “[As testemunhas] confirmaram que
todo o serviço foi prestado, nos volumes que foram cobrados. Se não houve a
contraprestação devida, embora as provas do processo indicam que houve, isso
deve incitar outra investigação para apurar porque isso não ocorreu”.
Segundo o advogado de Temer, não houve irregularidades
na
campanha. “Em princípio não teve nenhuma irregularidade.
No ponto de vista
formal da campanha, ela pagou as notas fiscais que foram entregues a ela. Se
faltou algum tipo de material ou contraprestação, isso deve ser apurado em
outro processo”.
Já Flávio Caetano, advogado de Dilma, disse que o “processo
está caminhando para o seu final”. “Estamos na fase de prova de perícia
contábil.
As testemunhas que são ouvidas agora tem relação direta com a perícia
contábil e hoje foram ouvidas duas empresas, a Rede Seg e a Focal. Da Rede Seg
foram ouvidas duas testemunhas que trouxeram documentos que não existiam ainda
no processo e que comprovam, cabalmente, a realização integral de tudo o que
foi contratado.
A empresa recebeu R$ 6 milhões da campanha de Dilma e Temer”,
falou.
“A segunda testemunha, o senhor Carlos Cortegoso, da empresa
Focal, também veio esclarecer como a empresa trabalhou tanto com a parte
gráfica quanto com a parte de eventos, comícios e palanques e porque ele
recebeu R$ 24 milhões”, disse o advogado de Dilma.
De acordo com o advogado de Dilma, o testemunho do ex-motorista causa
estranheza ao processo.
“A empresa que participou da campanha foi a
Focal e
havia um relacionamento societário dele
[do motorista] com o Cortegoso em uma
empresa chamada Focal Point, que não trabalhou para a campanha de Dilma e
Temer. Portanto, são questões laterais que devem ser tratadas em outros
processos, jamais na Justiça Eleitoral”.
Com informações da Agência Brasil
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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