Marina Silva embolsou meio milhão de Reais de Eike Batista,
mesmo valor dado a Delcídio do Amaral
Como eu fazia? Eu fazia, muito no espírito democrático –como
meus projetos eram grandes, eu estava em todos os Estados — (…) eu participei
praticamente desde 2006 com o mesmo volume de recursos — um milhão de reais —
para PT, PSDB… Isso daqui a gente deixa aqui.
Eike Batista ao depor na Operação
Lava Jato
Desculpe interromper, mas só para deixar claro: várias
dessas pessoas que receberam doações do Eike, ele nunca viu.
Ele nunca procurou
políticos. Eu posso falar do senador Cristovam Buarque, que o Eike nunca esteve
com ele. Ele pode confirmar.
Eike fez doações em caráter republicano. Advogado
de Eike, na mesma ocasião
Doações eleitorais de Eike beneficiaram 13 partidos
Dados do TSE apontam repasses de R$ 12,6 milhões de Eike a
campanhas
POR EDUARDO BRESCIANI, em O Globo
BRASÍLIA – As doações eleitorais do empresário Eike Batista,
que teve a prisão determinada pela Justiça nesta quinta-feira, mostram o
trânsito dele por diversos partidos. De acordo com dados do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Eike destinou, entre 2006 e 2012, R$ 12,6 milhões a políticos
e diretórios regionais de 13 partidos em oito estados.
Em depoimento à Força Tarefa da Lava-Jato em maio, Eike
admitiu ter feito pagamentos ao casal João Santana e Mônica Moura a pedido do
ex-ministro Guido Mantega por despesas de campanha do PT, mas disse que todas
as demais doações feitas foram “oficiais”. Sua defesa destacou, na ocasião, o
caráter “republicano” da contribuição.
As doações abrangem as campanhas presidenciais de 2006 e
2010. Eike doou R$ 1 milhão para o comitê financeiro do então presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em 2006 e R$ 100 mil para Cristovam Buarque (então no PDT,
hoje no PPS).
Quatro anos depois, quando já era o homem mais rico do
Brasil, Eike fez transferências de R$ 1 milhão para os comitês de Dilma
Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e de R$ 500 mil para o de Marina Silva (então
no PV, hoje na Rede).
Os partidos que receberam recursos foram PT, PMDB, PSDB, PP,
PSD, PSB, DEM, PR, PDT, PV, PCdoB, PTB e PTC.
Os estados dos políticos são Rio, Minas Gerais, Santa
Catarina, Maranhão, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amapá e o Distrito Federal.
A maior parte das doações (R$ 12,1 milhões) foram feitas por
Eike como pessoa física. Somente em 2012 ele se valeu de uma das empresas, MMX
Mineração, para fazer repasses totalizando R$ 500 mil.
Algumas doações foram feitas diretamente para candidatos. O
ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso desde novembro e acusado de ter
recebido propina de Eike, registrou uma contribuição de R$ 750 mil do
empresário para sua campanha à reeleição, em 2010.
Há ainda repasses declarados para os ex-governadores André
Puccinelli (PMDB-MS), de R$ 400 mil em 2006, e Luiz Henrique (PMDB-SC), este já
falecido, de R$ 200 mil.
Cristovam Buarque, que tinha recebido R$ 100 mil em sua
campanha presidencial em 2006, obteve o mesmo valor quatro anos depois em sua
campanha para o Senado.
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