Cabral é denunciado por 184 crimes de lavagem de
dinheiro
João Pedroso de Campos 8 horas atrás
15/02/2017
image/jpeg Sergio Cabral
Alvo de três ações penais na Justiça Federal, o
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) pode
ser colocado pela quarta vez no banco dos réus.
O Ministério Público Federal do
Rio de Janeiro denunciou ao juiz federal Marcelo Bretas o peemedebista por 184
crimes de lavagem de dinheiro investigados na Operação Eficiência,
desdobramento da Lava Jato no Rio.
Além de Cabral, os procuradores acusam outras dez
pessoas, incluindo a ex-primeira-dama fluminense Adriana Ancelmo, a quem são atribuídos sete atos de
lavagem de dinheiro. Cabral e Adriana estão presos em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de
Gericinó, Zona Oeste do Rio.
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A denúncia do MPF, que classifica Cabral como “chefe
de uma organização criminosa”, tem como base as delações premiadas dos
irmãos Marcelo e Renato Hasson Chebar, doleiros e operadores financeiros do
ex-governador no exterior. Em seus acordos de colaboração, os irmãos Chebar
listaram operações de lavagem de dinheiro relacionadas ao esquema de corrupção
liderado por Sérgio Cabral que somam 357,5 milhões de reais, dos
quais 39,7 milhões de reais no Brasil e 317,8 milhões de reais no exterior.
Conforme os investigadores, o dinheiro foi desviado
de obras do governo do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-governador, entre
2007 e 2014, como a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo, a
construção do Arco Metropolitano e o PAC das Favelas.
As apurações das operações Calicute e Eficiência
apontam que Cabral cobrava 5% de propina sobre os contratos,
enquanto assessores próximos, como os ex-secretários estaduais Wilson Carlos e
Hudson Braga, cobravam 1%, a título de “taxa de oxigênio”.
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O dinheiro teria sido lavado, de acordo com o
Ministério Público Federal, de sete maneiras diferentes, incluindo pagamento de
despesas pessoais de Sérgio Cabral e seus familiares.
“Os conjuntos de atos de
lavagem de dinheiro narrados tinham por objetivo converter os recursos de
propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem
ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização
criminosa”.
Além do ex-governador, da ex-primeira-dama e dos
irmãos Chebar, foram denunciados pelo MPF os operadores financeiros Carlos
Miranda, Carlos Bezerra, Sérgio Castro de Oliveira, Álvaro José Galliez Novis e
Ary Ferreira da Costa Filho, o sócio de Adriana Ancelmo Thiago de Aragão
Gonçalves e o ex-assessor de Cabral Francisco de Assis Neto.
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