BOMBA: FHC e Gilmar Mendes assinalam reaproximação com Lula
para salvar o Brasil; CONFIRA!
10 de fevereiro de 2017
Dona Marisa morreu triste, disse Luiz Inácio Lula da Silva,
durante o velório de sua esposa no último sábado, 4/2. Além dos conhecidos
motivos que a entristeceram, a agonia da primeira-dama operária foi longa:
chegou ao hospital consciente, permaneceu em coma induzido e nove dias depois
os médicos iniciaram os procedimentos para verificar a morte cerebral. Seu
coração ainda bateu por mais um dia, até parar na tarde de sexta-feira, 3/2.
Entre a piora do quadro e o óbito constatado se passaram
quatro dias. Nesse período, o ex-presidente Lula recebeu a visita de
familiares, amigos, militantes e políticos, incluindo uma comitiva com o
presidente Michel Temer, ministros e senadores da oposição ao PT.
Duas atitudes, no entanto, chamaram a atenção: a visita do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o telefonema do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Ambos estavam afastados de Lula há anos.
Fernando Henrique foi pessoalmente ao Hospital Sírio
Libanês, em São Paulo, e retribuiu o abraço de Lula quando dona Ruth Cardoso,
esposa do tucano, faleceu, em 2008.
Estava acompanhado do ex-ministro da
Justiça e ex-secretário de Direitos Humanos na gestão de FHC, José Gregori.
Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa durante o governo
Dilma também estava presente.
“Como participante direto, sei que foi um ato de amizade e
de solidariedade”, afirma Gregori.
“Fernando Henrique não tinha outro objetivo
a não ser, em uma hora extrema, dar um abraço, uma força, de solidariedade, de
amizade. No caso específico dos dois, no mesmo nível que Lula tinha dado anos
atrás quando o Fernando Henrique passou por uma hora semelhante.”
Gregori pondera que, ainda que o encontro tenha tido como
origem razões de humanismo, uma conversa com dois interlocutores tão
representativos produz consequências em um cenário de muita radicalização no
País.
“As duas metades do Brasil estavam se encontrando. Isso distensionou a
situação”, afirma o ex-ministro. “Tudo o que distensiona numa hora em que o
Brasil está crescentemente conflagrado, ajuda os outros aspectos brasileiros,
que estão também envolvidos em crises”, conclui.
O telefonema do ministro Gilmar Mendes foi marcante pelo tom
emotivo e pela retomada de diálogo. Mendes e Lula, antes amigos, se
distanciaram em 2008, quando o magistrado acusou o ex-presidente de tentar
influenciar no julgamento do mensalão.
Na conversa no hospital, Lula recordou o relacionamento de
amizade que Marisa e a mulher de Mendes, Guiomar, mantinham. Chorando, o
ex-presidente prometeu que se reencontrariam, de acordo com relato publicado
pela jornalista Monica Bergamo.
“Um momento desse, de comoção, em que todos nós nos sensibilizamos,
talvez nos leve a uma reflexão de que a posição de adversariedade política ou
de desinteligência eventual não se transforme em inimizade”, afirmou Gilmar
Mendes à Brasileiros.
Ele disse que o gesto dos ex-presidentes foram bastante
importantes. “É preciso contribuir para desarmar os espíritos. Nós podemos
divergir sem nos atacar.”
Ele afirmou que pretende retomar o diálogo com Lula “sem
dúvida nenhuma” e que o ex-presidente disse que iria procurá-lo para uma
conversa.
A busca por entendimento entre diferentes partidos,
sindicatos e empresários para conter crises tem sido frequente nos diversos
governos do Brasil. Inspirados pelo Pacto de Moncloa, que aconteceu em 1977, na
Espanha, para marcar a transição entre o regime fascista e a democracia, presidentes
brasileiros sugerem pactos sociais e econômicos em nome da estabilidade
política.
Tancredo Neves (PMDB) considerou o acordo espanhol um modelo
e em janeiro de 1985 criou um pacto de governabilidade, implantado depois de
sua morte por José Sarney (PMDB). Em 1989, Fernando Collor (naquele momento
filiado ao PRN) esteve no Palácio de la Moncloa, sede do governo espanhol, para
conhecer os técnicos que criaram a versão original, para tentar aplicar algo
semelhante no Brasil.
Inspirado pelo mesmo acordo, em 1999, Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) propos um pacto para lidar com o déficit da Previdência, que
chegava a R$ 45 bilhões naquele ano. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adotou um
pacto social e em 2002 criou o Conselho Econômico e Social, composto por
pessoas de diferentes setores da sociedade, desde lideranças de movimentos
sociais até grandes empresários.
A ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2013, também propos um
pacto nacional e a realização de um plebiscito para convocar uma nova
Constituinte, que daria andamento a uma reforma política. Ela sugeriu acordos
sobre responsabilidade social, reforma política, saúde, educação e transporte
público, reunindo 27 governadores e 26 prefeitos das capitais. Era uma
tentativa de responder à sociedade depois das manifestações de junho daquele
ano.
O desfecho da falta de acordos foi o impeachment, que
interessava a alguns partidos – e agravou a crise política.
Agora, o PSDB de
FHC e o ministro Gilmar Mendes, alinhado ao tucanato, dão sinais de que
pretendem retomar o diálogo com Lula.
O ex-presidente, acossado pela Justiça
mas líder nas pesquisas de intenção de voto para 2018, parece ser ainda figura
imprescindível, se o objetivo do atual presidente for levar à mesa lideranças
capazes de conter a grave crise política brasileira.
Click Política com a Brasileiros
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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