Mina de ouro de Eike na Colômbia não produziu nem um grama
Em 2011, Eike Batista comprou a La Bodega, que pertencia a
um grupo canadense
HÁ 20 HORAS
06/02/2017 POR NOTÍCIAS AO MINUTO
O empresário Eike Batista, antes de ser preso, na semana
passada, acusado de pagar propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio
Cabral, disse, em entrevista à Rede Globo, que era dono de uma mina de ouro na
Colômbia.
"É a maior mina de ouro da Colômbia. Cem por cento minha",
disse Eike.
Na La Bodega, nome da mina, nada de ouro e prata, mas, sim,
muita polêmica. A equipe do Fantástico foi à Califónia, no país colombiano. Um
vilarejo localizado no Nordeste com 1.800 habitantes. Segundo a reportagem, há
mais de 20 anos que não há produção de ouro na região.
"Nem um grama", garantiu Fredy Gamboa, presidente
do Sindicato dos Mineiros da região. Ele ainda ressaltou que as empresas que
chegaram lá "nunca saíram da fase de prospecção".
As oportunidades de ouro na região eram grandes. A primeira
empresa que chegou encontrou boas possibilidades de investimento e expansão da
riqueza mineral, o que chamou a atenção de mineradoras multinacionais.
Em 2011,
foi a vez de Eike. O empresário comprou a La Bodega, que pertencia a um grupo
canadense, por quase R$ 1,4 bilhão.
Um geólogo colombiano negou a afirmação de Eike sobre a mina
ser a maior do país. "É uma mina com grande potencial, mas não é a maior.
É boa, mas hoje não é a maior", disse. Na época da compra, foi feito
um vídeo institucional, que prometia um mega desenvolvimento na região.
"Nesse projeto, entramos com mão de obra barata. As melhores
vagas nunca foram para pessoas do município. Fomos postos de lado e
a empresa não fez nada para a infraestrutura do município. O senhor
Batista não deixou nenhuma obra aqui", desabafou Rosa Mira Mendoza, líder
comunitária, acrescentando que ficou feliz em saber que Eike tenha falido.
Aquisição
Um doleiro ouvido na investigação revelou que a compra da La
Bodega foi utilizada como justificativa para pagar uma propina de R$ 55 milhões
para Cabral.
Para repassar o dinheiro, contou o doleiro, Eike elaborou um
contrato fictício simulando que o profissional ganhava comissão para viabilizar
o pagamento ilícito.
Atualmente, a mina de ouro não pertence mais à OAX, empresa
que integrava o "Império X". Foi vendida a um novo fundo de
investimentos de Abu Dhabi por um valor irrisório, já que a companhia de
Batista devia milhões aos financistas árabes.
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