Contra a parede: Temer é citado 43 vezes em delação da
Odebrecht
HuffPost Brasil 9 horas atrás 10/12/2016
© Ueslei Marcelino / Reuters Brazil's President Michel
Temer
looks on during a news conference at the Planalto Palace in
Brasilia,
Brazil, November 27, 2016. REUTERS/Ueslei Marcelino
O executivo Claudio Melo Filho, da Odebrecht,
citou o presidente Michel Temer em 43 oportunidades em seu
documento de delação premiada na Operação Lava Jato. Representantes do núcleo
duro do partido também acabaram citados por diversas, segundo a Folha de S. Paulo.
O recordista é o senador Romero
Jucá, com 105 citações. Geddel
Vieira Lima, ex-ministro que caiu após suposta tentativa de burlar decisões
de estado para que fosse construído um prédio em Salvador, aparece em 67 oportunidades.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi citado 45 vezes,
Moreira Franco, considerado um braço direito do presidente, por 35. Caixa
2 milionárioCláudio Melo Filho disse ter entregue dinheiro não declarado à
Justiça Eleitoral para a campanha de 2014 de Michel
Temer no escritório de advocacia de José Yunes, amigo e conselheiro
próximo do presidente, de acordo com o BuzzFeed. Segundo relato do executivo Claudio Melo Filho a
investigadores da Lava Jato, o dinheiro era parte dos R$ 10 milhões acertados
por Temer e Marcelo Odebrecht em um jantar em maio de 2014, junto com o
ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha.
O encontro foi revelado em reportagem da Veja, em agosto. Segundo o delator, R$ 4
milhões ficariam com Padilha, responsável pela distribuição do dinheiro entre
outras campanhas do partido.
Os outros R$ 6 milhões seriam para a campanha de Paulo Skaf,
presidente da Fiesp e candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014.Yunes
foi tesoureiro do PMDB em São Paulo e, hoje, é assessor especial de Temer no
Palácio do Planalto.
Governo Temer treme
O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio
Melo Filho citou em delação recursos repassados a peemedebistas, como o
presidenteMichel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, o secretário do Programa de Parcerias de Investimento, Moreira
Franco, o líder no Senado, Eunício
Oliveira(CE), o presidente da Casa, Renan
Calheiros (AL), e o líder do governo no Congresso, Romero
Jucá (RR), afirmou a TV Globo.
Durante o Jornal Nacional desta sexta-feira, a emissora
informou que o ex-executivo da empreiteira disse que os recursos foram
repassados em troca de vantagens para a Odebrecht,
como o atendimento a pleitos da companhia no Congresso Nacional.A emissora
citou que Melo Filho falou de repasses feitos a pedido de Temer, o que já havia
sido relatado mais cedo também pela revista Veja.
O delator disse que a demanda por recursos feita pelos
peemedebistas aumentava em períodos eleitorais e que os repasses eram feitos
tanto por doações legais de campanha como por doações via caixa dois.
Segundo a
TV Globo, o ex-diretor também citou em sua delação políticos de outros
partidos, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados,Rodrigo
Maia(DEM-RJ).
A emissora disse que o Palácio do Planalto afirmou que os
fatos narrados por Melo Filho jamais aconteceram e que todas as doações da
Odebrecht foram declaradas à Justiça Eleitoral.
Todos os demais citados negaram à
emissora que tenham cometido irregularidades.
Temer se defende
Em nota, a assessoria do presidente afirmou que todas as
doações feitas pela empreiteira foram declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
“O presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do
senhor Cláudio Melo Filho”, informa a nota.
“As doações feitas pela Construtora
Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE.
Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente”
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