Em último discurso como presidente do Senado, Renan critica
Ministério Público
4/12/2016 23h41 Brasília
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Imagem do Google
Na última sessão deliberativa do ano e também a última
conduzida por ele na Presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
discursou aos colegas para informar sobre a decisão do ministro Teori Zavaski,
do Supremo Tribunal Federal, de devolver a denúncia apresentada contra ele pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Eu queria, no momento em que me despeço dos senadores,
dizer que estou há nove anos sob devassa intensa e sob investigação.
Há nove
anos que os meus sigilos foram todos entregues à Procuradoria-Geral da
República, à Receita Federal, à Polícia Federal”, disse.
“Eu não temo absolutamente
nada. A minha vida foi e continua sendo devassada. Eu não tenho nenhum problema
na minha vida pública e nem na minha vida pessoal”, disse.
Renan voltou a criticar a atuação do Ministério Público que,
segundo ele, vem agindo politicamente contra o Congresso Nacional. “Contra o
Congresso Nacional pediram tudo, absolutamente tudo, quiseram tudo.
Desde a
invasão do Congresso, passando pela prisão da Polícia Legislativa, até o pedido
de prisão do presidente do Congresso Nacional porque estaria obstruindo a
Operação Lava Jato”, pontuou Renan.
Na opinião do presidente, tal atuação tem sido motivada pelo
fato de os senadores terem rejeitado nomes indicados para comporem o Conselho
Nacional do Ministério Público.
“Como todos sabem, este Senado Federal, por
motivos diferentes, rejeitou três nomes de ilustres membros do Ministério
Público na Operação Lava Jato: Nicolau Dino, Vladimir Aras e Wellington
Saraiva. Então, cada decisão que eles pedem contra senador, cada
constrangimento, cada busca e apreensão que fazem com a cobertura da imprensa,
isso precisa ser melhor observado.
Porque, de fato em fato, de abuso em abuso
como este, eles estão construindo uma névoa no país que não fará bem à nossa
democracia”.
Renan também voltou a dizer que o MP tem perdido a condição
de fiscal da lei por não manter a isenção. Mais cedo, ele retirou de pauta e
remeteu à Comissão de Constituição e Justiça do Senado o projeto de lei que
trata do abuso de autoridade, porque o plenário estava disposto a aprovar um
requerimento para a retirada da urgência do projeto.
A matéria era defendida
por Renan, que acusa o Ministério Público de agir com excessos e vinha sendo
motivo de embates com membros do Judiciário.
Edição: Fábio Massalli
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