ESTRANHEZAS
Promotores paulistas que pediram prisão de Lula se declaram
‘suspeitos’
Advogado dos diretores da Bancoop estranhou que a declaração
seja feita só agora e considerou a situação 'muito inusitada'
Por Redação RBA publicado 14/12/2016 17:47,
última
modificação 14/12/2016 18:14
Cássio Conserino pediu a prisão de Lula, mas o pedido foi
negado. Agora declarou suspeição por motivo íntimo
São Paulo – Os promotores de justiça Cássio Conserino e
Fernando Henrique Araújo, do Ministério Público paulista, declararam suspeição
"por motivo de foro íntimo" no processo que investiga se houve fraude
na venda de apartamentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) em
um prédio no Guarujá e se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido
beneficiado.
Junto ao promotor José Carlos Blat, Conserino e Araújo acusaram
Lula, sua mulher, Marisa Letícia, e o filho deles Fábio Luís de lavagem de
dinheiro e pediram a prisão do ex-presidente.
Pedido que foi rejeitado
posteriormente, por falta de sustentação.
Para o advogado dos diretores da Bancoop, Rubens de
Oliveira, a situação é muito inusitada. “É questionável tudo que ele fez até
agora. Mas por que é suspeito só agora? E por que declarar isso em um recurso e
não no processo principal.
Espero que a juíza peça para ele se manifestar. Não
é usual que tenha de explicar foro íntimo, mas acredito que, nesse caso, ele
precisa explicar”, disse.
Além da família Lula, os promotores também denunciaram a
diretoria da Bancoop e dirigentes da construtora OAS. A cooperativa passou por
problemas administrativos e financeiros que levaram à necessidade de repassar
alguns empreendimentos à iniciativa privada.
Em virtude disso, mudaram-se
alguns projetos e houve elevação de custo. Um grupo de cooperados se sentiu
lesado e procurou a Justiça. Desse processo foi construída a denúncia dos
promotores por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Em março deste ano, a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira,
da 4ª Vara Criminal paulista, remeteu o caso para o juiz federal Sergio Moro,
responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, por considerar
“inegável” o vínculo do processo com aquela apuração. Seis meses depois, o juiz
devolveu o processo, ficando somente com a investigação sobre o ex-presidente.
Maria Priscila, então, aceitou a denuncia parcialmente. Os promotores
recorreram, pedindo a aceitação completa.
Porém, antes que ela apresentasse decisão quanto ao
documento, Conserino apresentou a petição, no dia 7 de dezembro, alegando
suspeição por motivo de foro íntimo, e incluindo Araújo no requerimento.
O
Ministério Público confirmou o conteúdo do documento, mas informou que
Conserino não se manifestaria sobre o caso.
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