20/12/2016 13h28 - Atualizado em 20/12/2016 20h08
Salvador tem 22 casos de doença misteriosa que causa urina
preta
Casos foram computados na capital baiana até a segunda-feira
(19).
Ainda não há informações de outras cidades da Bahia.
Ainda não há informações de outras cidades da Bahia.
Do G1 BA com informaçõe da TV Bahia
Médicos investigam se vírus pode causar doença
(Foto:
Reprodução/ TV Bahia)
A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS)
informou que já foram notificados, até a segunda-feira (19), 22 casos da doença
ainda não identificada, que provoca dor muscular intensa e urina preta. Os
dados foram divulgados nesta terça-feira (20) pelo órgão, que acompanha os
casos.
O último boletim da secretaria, na segunda-feira, informou
19 casos notificados da doença. Ainda não há informações de outras cidades da
Bahia onde existam registros de casos.
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab)
também se posicionou sobre o caso e divulgou um alerta epidemiológico para que os profissionais
de saúde fiquem atentos e notifiquem os casos da doença. Conforme a Sesab,
todos os pacientes notificados residem na capital baiana, sendo que 14
relataram o consumo de peixe, enquanto oito não se recordam ou não consumiram
peixe.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Estado informou que está em curso um
processo de investigação que reúne profissionais da vigilância epidemiológica,
vigilância sanitária e ambiental, assim como os técnicos do Laboratório Central
do Estado (Lacen).
A Sesab alerta que a população deve procurar imediatamente uma unidade de saúde
caso apresente os sintomas como dor muscular intensa, de início súbito,
acometendo, principalmente, a região cervical (pescoço), ombros, costas, coxas
ou panturrilhas.
Todas as unidades de urgência e emergência estão orientadas a
notificar imediatamente os casos suspeitos de mialgia aguda, o que possibilita
acelerar o processo de investigação.
Pesquisa
O laboratório de virologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordenado
pelo professor Gúbio Soares, já analisou amostras de urina, fezes e sangue de
quatro pacientes que apresentaram os sintomas, como fortes dores que começam no
pescoço e nas costas, e que em 24 horas se espalham para braços e pernas.
A suspeita levantada pelas pesquisas é que a doença seja
causada pelo enterovirus tipo "b" ou pelo parechovirus humano. Os dois
provocam mialgia, que são as dores musculares.
De acordo com o pesquisador, a
suspeita maior é que parechovirus seja o responsável pelo surto, já que as
dores provocadas por ele são mais fortes.
Nos últimos 10 anos, na França e no
Japão, foram registradas contaminações de pelo menos 60 pessoas que sentiram
dores provocadas pelo parechovirus.
A forma de transmissão pode ser pelo ar ou pelas fezes de
pessoas contaminadas, que são espalhadas no mar. Alguns dos pacientes estiveram
em Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia, antes de apresentarem os sintomas.
"Se em Guarajuba os esgotos estão sendo jogados no mar,
esse mar provavelmente vai estar contaminado. Tudo isso abre um leque de
investigação e uma oportunidade de se estudar", explicou.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema)
informou que apesar de serem responsáveis pela avaliação da qualidade da água no
Litoral Norte, o assunto está a cargo da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab),
que disse que o caso está sendo investigado.
Já a Embasa disse que o esgoto da
região é devidamente tratado e destinado ao Rio Pojuca, que desemboca no mar,
entre as praias de Guarajuba e Praia do Forte.
O infectologista Antônio Bandeira já havia apontado que a
enfermidade pode ser causada por um vírus ou por uma toxina presente em peixes
de água salgada, por conta de relatos de pacientes que apresentaram sintomas.
Em um dos casos mais graves na Bahia, a doença chegou a
causar insuficiência renal.
Fonte: http://g1.globo.com/
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