segunda-feira, 28 de novembro de 2016 Atualizado em 27/12/2016
Escândalo do Banestado: mais
de U$ 120 bilhões enviados ilegalmente para o exterior. Moro anulou a sentença
e absolveu todo mundo
Bilhões de dólares e uma conta chamada tucano
Por Armando Rodrigues Coelho Neto
Por Armando Rodrigues Coelho Neto
Aconteceu na década de 90. US$ 124 bilhões saíram do Brasil através das
chamadas contas CC5. Há quem diga que, na época, nem as reservas brasileiras em
moeda americana chegavam a esse total. O banco usado para a roubalheira foi o
Banestado e o ralo era Foz do Iguaçu/PR, cidade onde antes durante ou depois
foi trabalhar o tal “Japonês da Federal”, que nada tem a ver com a história.
Também meio antes, durante ou depois – a essa altura pouco importa, aconteceu a
CPI dos Precatórios, que desaguou numa tal Operação Macuco da Polícia Federal,
que entrou em cena e descobriu que pelo menos US$ 30 bilhões daquela cifra
foram remessas ilegais.
Durante as investigações, a Procuradoria da República ia junto aos órgãos
oficiais, perguntava uma coisa, respondiam outra. Refazia o pedido e a resposta
vinha incompleta. E aí, ela radicalizou: pediu a quebra de sigilo de todas as
contas CC-5 do País. Sugiro ao leitor uma visita ao Google para entender melhor
essas tais contas.
A PF descobriu que o dinheiro passava por Nova Iorque (EUA), uma roubalheira
que apesar de gigante, seria apenas a ponta de um iceberg. Entre os suspeitos
estavam empresas financiadoras de campanha, alto empresariado em geral e
membros da alta cúpula do governo brasileiro da era Fernando Henrique Cardoso.
O rombo era tamanho que os promotores americanos, abismados com o volume de
dinheiro que havia transitado por aquela cidade, quebraram sigilo bancário em
Nova Iorque.
A equipe da PF foi reconhecida e ganhou a simpatia até do
enfadonho e burocrático Banco Central (EUA), além da FBI (Polícia federal
americana).
O mecanismo descoberto era e é um traçado muito bem articulado, de forma que os
verdadeiros nomes dos titulares não possam aparecer. Desse modo, num
passe-repasse, plataformas financeiras e coisa e tal, os trabalhos para
ocultação envolvem ou envolveriam até cinco camadas ocultadoras.
Com esse grau de sofisticação, investigar seria percorrer o complexo caminho
inverso, mergulhar nas tais camadas, até que se chegar aos verdadeiros
titulares do dinheiro.
Estava tudo tão bom e tão bem protegido, que a prática consolidou-se, e como a
corrupção no País é endógena, além de “lubrificar economias” (a Organização de
Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE que o diga!) as ratuínas foram
abrindo a guarda. Com impunidade garantida, alguns grandes nomes relaxaram e
apareceram por descuido.
Haja descuido! Surgiu até um óbvio – “Tucano” e um aleatório “Serra”. Tão óbvio
que deixou perplexo não só o delegado que coordenava o trabalho, mas também os
procuradores. Mero ato falho e primário, em tempos de abertura de guarda, de
“engavetadores gerais da República. Tempos de gente honrada e das panelas
silenciosas, da dita “grande mídia” calada, dos arautos da moralidade hodierna.
Há uma entrevista no Youtube com o delegado federal José Castilho Neto,
coordenador da Operação Macuco. Sem fulanizar ou partidarizar, ele reclama da
oportunidade aberta e perdida, naquela época, para o enfrentamento da banda
podre, seja da política, seja do empresariado.
O Cônsul do Brasil, que
trabalhava em Nova Iorque, teria dito para as autoridades americanas que a cabeça
do delegado Castilho “estava a prêmio”. Só não disse quem seria o pagador, se
os protegidos ou os protetores.
Castilho foi afastado. E o leitor a essa altura deve estar se perguntando: por
que esse saudosismo tanto tempo depois?
Primeiramente para lembrar que a podridão de antes não inocenta ninguém. Mas
serve pra provar a hipocrisia dos que hoje posam como arautos da moralidade.
Mostra o cinismo dos paneleiros e demonstra com cristalina clareza a postura
golpista da dita “grande imprensa”.
Em segundo lugar, para não ter que retornar aos tempos do Brasil Colônia ou da
mordaça da ditadura militar, eu simplesmente gostaria de reafirmar que esse
caso escabroso, narrado lá em cima, ocorreu na era do impoluto Fernando
Henrique Cardoso.
Sabe qual emissora de televisão de maior audiência? TV Globo.
Sabem quem era o doleiro? Alberto Youssef. Sabem quem era o juiz? Sérgio Moro.
Conheça a verdade sobre o senador Perrella - PTB-MG
(Helicoca).
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