Com Temer ameaçado, Gilmar Mendes diz que Caixa 2 nem sempre
é corrupção e postura de Ministro volta a revoltar sociedade
20 de dezembro de 2016
No mesmo dia em que veio à tona delação da Odebrecht
afirmando doação de R$ 30 milhões via caixa dois para chapa que elegeu Michel
Temer em 2014, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro
Gilmar Mendes, relativizou a prática.
Para Gilmar, que vai julgar ação no TSE
que pode cassar Temer, o caixa dois não significa necessariamente propina ou
corrupção.
Para o ministro, é preciso saber a origem do dinheiro do caixa dois
no âmbito do processo contra a chapa Dilma-Temer.
As informações são do Estado de S.Paulo.
“O caixa 2 não revela per se (em si mesmo) a corrupção,
então temos de tomar todo esse cuidado.
A simples doação por caixa dois não
significa a priori propina ou corrupção, assim como a simples doação
supostamente legal não significa algo regular”, disse Gilmar, ressaltando que a
operação Lava Jato desvendou um esquema em que pagamento de propina era
disfarçado como doação legal para campanhas de candidatos.
Segundo ele, a corte deverá apurar se as suspeitas de caixa
2 na chapa da presidente cassada Dilma Rousseff (PT) e do presidente Michel
Temer (PMDB) configuram abuso de poder econômico.
Responsável por definir a
pauta de cada sessão do TSE, o ministro levantou a possibilidade de o processo
que pode levar à cassação da chapa ficar para depois do primeiro semestre do
ano que vem.
“É um processo extremamente complexo que a toda hora muda de
configuração. Agora, se fala em caixa 2 com muita ênfase, com atribuição a
pagamentos. Isso vai crescendo numa dimensão que não era do nosso conhecimento,
mas não vejo com aflição. O ideal era que pudéssemos julgar hoje, mas se não
tivermos condições, vamos fazer no momento oportuno, sem nenhum estresse”,
completou.
Para o presidente do TSE, o processo terá o mérito de
revelar como as campanhas presidenciais eram feitas até aqui. “Não se trata de
cassar presidente, mas de saber como foi feita a campanha.
Só isso terá mérito
significativo, saber como as campanhas se faziam até aqui. Espero que elas não
repitam mais esse modo”, comentou.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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