quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Israel ameaça Nova Zelândia: resolução da ONU é "declaração de guerra"

Israel ameaça Nova Zelândia: resolução da ONU é "declaração de guerra"
28 DE DEZEMBRO DE 201616:01
 

Primeiro-ministro de Israel entendeu proposta da Nova Zelândia como uma provocação. Israel reduziu as relações com os países do Conselho de Segurança

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu terá avisado o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Murray McCully, que a resolução da ONU que exige o fim "imediato" e "completo" da política de colonatos nos territórios palestinianos, só pode ser entendida como uma "declaração de guerra".

Segundo o Guardian, que cita jornais israelitas, o primeiro-ministro de Israel ligou para a Murray McCully antes de a resolução ter sido apresentada e aprovada por unanimidade no conselho de segurança, na passada sexta-feira. 

"Esta decisão é escandalosa. Estou a pedir-vos que que não a apoiem e não a aprovem", terá dito Netanyahu ao representante da Nova Zelândia, um dos países que apresentou a proposta.

"Se continuarem a promover esta resolução, do nosso ponto de vista será uma declaração de guerra. Vai romper as nossas relações e haverá consequências. Vamos chamar o nosso embaixador [da Nova Zelândia] para Jerusalém".

"Se continuarem a promover esta resolução será uma declaração de guerra. Haverá consequências."

A proposta votada no Conselho de Segurança foi apresentada pela Nova Zelândia e pelo Senegal, que se juntaram à iniciativa da Malásia e da Venezuela, dois países com os quais Israel não tem relações diplomáticas.

O ministro neozelandês recusou retirar a proposta. "Esta resolução segue as nossas políticas e nós vamos avançar", afirmou McCully.

Israel cumpriu a sua palavra e já chamou os seus embaixadores da Nova Zelândia e do Senegal.

Quanto aos restantes estados, o governo de Jerusalém reduziu as relações com os países que votaram a favor da resolução das Nações Unidas contra a colonização dos territórios palestinianos ocupados e anulou o seu programa de ajuda nos países da África ocidental.

Refutando informações de que as relações com estes países foram suspensas permanentemente, o porta-voz do ministério israelita dos Negócios Estrangeiros, Emmanuel Nahshon declarou esta terça-feira que Israel "reduziu temporariamente" visitas e trabalhos com as embaixadas.

"Até nova ordem, nós limitaremos os nossos contactos com as embaixadas em Israel e evitaremos deslocações de responsáveis israelitas a estes países e a vinda dos seus responsáveis aqui", afirmou o representante do ministério israelita, à agência de notícias France-Presse.

O responsável referia-se aos países que integram o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que votaram na sexta-feira a resolução da ONU contra a colonização dos territórios palestinianos ocupados, considerando também que estes não têm "qualquer valor jurídico".

As Nações Unidas afirmam que os colonatos são ilegais, mas autoridades da ONU relataram um aumento na construção nos últimos meses. Estes colonatos nos territórios palestinianos são considerados como um grande obstáculo à paz entre Israel e Palestina, assim como na região.
No Conselho de Segurança da ONU têm assento permanente os Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, e, como membros não permanentes, estão o Egito, Senegal, Angola, Japão, Ucrânia, Malásia, Uruguai, Venezuela, Nova Zelândia e Espanha.




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