Obama expulsa 35 diplomatas russos por suposta interferência
em eleição
29/12/2016 18h20 Washington Da Agência Ansa
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, impôs hoje
(29) sanções contra dirigentes do governo e da inteligência da Rússia por conta
da suposta interferência do país na eleição vencida por Donald Trump. As
informações são da agência Ansa.
Para Obama, a decisão é uma resposta necessária aos esforços
para prejudicar os interesses dos EUAEPA/Michael Reynolds/
Agência Lusa
De acordo com a Casa Branca, os cinco indivíduos e seis
entidades afetados estão envolvidos em "significativas atividades
cibernéticas maliciosas".
O Departamento de Estado também expulsou 35
diplomatas da Embaixada de Moscou em Washington e do consulado em São
Francisco, dando a eles e suas famílias 72 horas para deixarem o solo
norte-americano.
Além disso, os russos não terão mais acesso a dois complexos
estatais em Maryland e Nova York. "Ciberativistas da Rússia tentaram
influenciar a eleição, erodir a fé nas instituições democráticas dos EUA e
levantar dúvidas sobre a integridade do nosso processo eleitoral",
informou um comunicado da Casa Branca.
As sanções serão impostas pelo Departamento do Tesouro e
atingirão o Diretório Principal de Inteligência (GRU) e o Serviço Federal de
Segurança (FSB), sucessora da KGB. A lista inclui três companhias que deram
apoio a operações do GRU, quatro oficiais da agência e dois civis acusados de
"usar meios cibernéticos para causar a apropriação indevida de informações
pessoais".
"Essas ações se seguem a repetidos avisos públicos e
privados que nós demos ao governo da Rússia e são uma resposta necessária e
apropriada aos esforços para prejudicar os interesses dos EUA", disse
Obama por meio de uma nota.
A notícia de que o presidente estava estudando sanções
contra Moscou surgiu na quarta-feira (28), elevando a tensão com o Kremlin na
reta final de seu mandato. Recentemente, a CIA afirmou que hackers russos
vazaram emails do Partido Democrata para beneficiar Trump, que
promete adotar uma postura mais amigável a Putin.
Divulgadas pelo WikiLeaks, as mensagens indicavam um suposto
favorecimento da cúpula da legenda à candidata Hillary Clinton, em detrimento
de Bernie Sanders. Segundo os serviços de inteligência dos EUA, o ataque
cibernético teve o aval do próprio presidente da Rússia, que nega as acusações.
Ao assumir a Casa Branca, Trump colocará no Departamento de
Estado o CEO da petrolífera Exxon Mobil, Rex Tillerson, que mantém boas
relações com Putin.
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