18 de abril de 2015 Atualizado em 31/12/2016
O PAI, O FILHO E O FANTASMA
O deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ) e o filho Leonardo
O deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ) e o filho Leonardo
Picciani
(PMDB-RJ) (foto abaixo), deputado federal. Eles lucraram
ao negociar com um
morto (Foto: Bianca Pimenta/Ag. O Globo)
Joaquim Vivas Caravellas morreu em 21 de abril de 2011, aos
87 anos.
Era acionista da Tamoio Mineração, empresa que fornece brita para
empreiteiras que têm obras contratadas com o governo do Estado do Rio de
Janeiro.
Tudo em ordem. O morto morreu e foi devidamente enterrado. Mas, o Joaquim,
organizado que era, resolveu dar sinal de vida dois meses após sua morte. Em 29
de Junho de 2011, compareceu de corpo presente à Junta Comercial do Estado para
assinar e registrar os balanços financeiros da empresa em que detinha ¾ das
ações.
Assinou - e, pelo que consigamos apurar, retornou à sua morada no
Cemitério São João Batista, situado em Botafogo, onde voltou à morrer. Desta
feita sem homenagens, oba-obas e prantos de possíveis viúvas...
Ficou por lá, mortinho da silva, o Joaquim. Até que, em 28 de setembro de 2012,
nosso defunto ressuscita novamente (já barrou Cristo...) e aparece em um
cartório para vender parte das ações de sua empresa- avaliada em R$ 70 milhões-
ao deputado estadual, Jorge Picciani ( PMDB), presidente da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, e seus filhos, dentre eles o deputado
federal, Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara dos Deputados.
Quando seu Joaquim chegou ao cartório, foi saudado com alegria pelo tabelião:
“Parabéns, seu Joaquim, como o senhor está corado, até engordou, nem parece um
defunto?!”
Depois de tudo sacramentado, seu Joaquim cumprimentou a todos e ia
retirando-se, quando o deputado Jorge Picciani indagou: O senhor vai voltar de
que para o cemitério?
- Vou de táxi- respondeu o falecido, mas no momento desfalecido, Joaquim.
- De jeito nenhum, estou no carro da Presidência da Assembleia e faço questão
de mandar meu motorista levar o senhor, afinal agora somos sócios...
E assim deu-se, seu Joaquim foi morrer pela terceira vez de carona em um carro
oficial.
Desde então parece que morreu mesmo, para sempre.
A notícia original está na revista Época- A incrível sociedade do líder do PMDB na Câmara com um defunto
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