Publicado: 15 dezembro 2016
LEANDRO Especialista
em Política
Pagamentos de propinas se referem a um projeto ambicioso
para a construção do primeiro submarino nuclear do Brasil
Construtora Odebrecht envolve a Marinha do Brasil, em
relação
a pagamento de propinas
O acordo selado que garante um processo de colaboração
premiada, entre a empreiteira
Odebrecht e a Procuradoria-Geral da República, apresentam novas
informações, em relação a pagamentos de propinas oriundas de recursos públicos,
atraídos ilicitamente.
Dessa vez, a colaboração premiada firmada pela maior
empreiteira do país, alcança setores das Forças Armadas, especialmente, a
Marinha do Brasil.
A colaboração com a Justiça, por parte da Odebrecht,
relata através de bastidores, pagamentos que foram efetuados através do Setor
de Operações Estruturadas, ou seja, o departamento de distribuição de propinas
da empreiteira, com relação ao Programa de Desenvolvimento de Submarino, o
chamado "Prosub", da Marinha do Brasil.
Segundo dados
apresentados nas tratativas do acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral
da República, foram mencionados dois pagamentos realizados no exterior, através
de offshore, que não poderiam ter aparecido na contabilidade oficial da
construtora de Marcelo Odebrecht.
Projeto submarino
Os pagamentos concretizados por meio de propinas, foram
efetuados ao empresário José Amaro Pinto Ramos e também ao
ex-presidente da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro da
Silva.
As informações foram obtidas através de delação premiada do executivo Luiz
Eduardo Soares, que era funcionário do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht,
o "departamento de propinas" da construtora.
O acordo de colaboração
foi negociado junto à força-tarefa da Operação
Lava-Jato. Segundo as afirmações contidas na delação, o empresário Amaro
Ramos, representava os interesses da empresa DCNS, da França.
Os projetos
se tratavam de construção de submarinos nucleares.
Os projetos apenas se
concretizaram após uma parceria firmada com a França e o orçamento inicial
correspondeu à quantia de 6,7 bilhões de euros, o que alcançava
aproximadamente, R$ 23 bilhões, de acordo com a cotação atual da moeda
européia.
A empreiteira Odebrecht havia sido escolhida, sem qualquer
processo de licitação.
Fizeram parte da operação do chamado "projeto
submarino", os executivos Fabio Gandolfo e Benedicto Júnior.
Já em relação
ao pagamento de propina efetuado ao almirante da Marinha, Othon Pinheiro, a
transação financeira foi concretizada por meio de um offshore.
Pinheiro
foi preso em duas fases da Lava-Jato, devido às acusações de #Corrupção nas
obras de Angra 3. Já os pagamentos destinados, através do departamento de
propinas da Odebrecht, para Amaro Ramos, ocorreram numa reunião na própria
residência do lobista, na capital paulista.
Ele seria representante dos
franceses no negócio. Amaro Ramos também já esteve envolvido em dois casos de
corrupção no Brasil: o cartel de trens do Metrô de São Paulo e o caso Alstom.
Obra milionária
O chamado "Prosub", se refere à construção do
primeiro submarino nuclear do Brasil e foi lançado em 2008, pelo ex-presidente
Lula.
O projeto foi sobrevalorizado em aproximadamente R$ 406 milhões, e pôde
implementar a construção da Base Naval do Estaleiro da Marinha, no estado do
Rio de Janeiro, segundo as apurações do Tribunal de Contas da União.
Todo o
projeto, incluindo a base naval, faz parte do programa brasileiro, em relação à
construção de submarinos nucleares.
As tratativas de toda a gama de acordos de
colaboração que envolve executivos da Odebrecht, como também de executivos da
empresa, após a fase de depoimentos dados, ainda necessitam de uma homologação
do relator dos processos da Lava-Jato, no Supremo Tribunal Federal, ministro
Teori Zavascki.
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