16/12/2016 11:04
Delação diz que Dilma descobriu e cortou propina da
Odebrecht, isso levou ao Impeachment
Michel Temer e Eduardo Cunha ficaram revoltados, de acordo
com delator, processo de Impeachment começou a se desenhar a partir de então
Na noite de ontem, uma nova delação premiada da Odebrecht
atingiu Michel Temer.
Ela foi feita pelo executivo Márcio Faria,
ex-vice-presidente da empreiteira, que relatou um encontro no escritório de
Michel Temer, em São Paulo, com Eduardo Cunha e o lobista João Augusto
Henriques, às vésperas da eleição presidencial de 2010.
No encontro, segundo o delator, teria ficado acertado que a
Odebrecht faria doações ao PMDB, tendo como contrapartida contratos na área
internacional da Petrobras, que era comandada pelo partido. Ou seja: a doação
era propina (leia mais aqui).
Sem ter como negar o encontro, Temer o confirmou, mas disse que, se alguém
pediu dinheiro, foi Cunha, não ele. E o contrato em questão dizia respeito à
manutenção de plataformas da Petrobras no exterior pelo PMDB.
Pois bem: em 2013, após uma auditoria interna, a gestão da ex-presidente Graça
Foster na Petrobras cortou em 43% o valor do contrato com a Odebrecht, que caiu
de US$ 840 milhões para US$ 480 milhões, numa decisão que revoltou o PMDB, o
então vice-presidente Michel Temer e seus principais aliados.
É mais um indício de que o golpe parlamentar de 2016 foi uma
reação de forças corruptas da política brasileira contra a presidente honesta.
Abaixo, reportagem publicada à época pelo Estado de S. Paulo:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,petrobras-corta-em-43-contrato-de-us-840-milhoes-com-a-odebrecht-imp-,1038200
(3 de junho de 2013, dez dias antes do início das manifestações contra Dilma)
Petrobrás corta em 43% contrato de US$ 840 milhões com a Odebrecht
Uma auditoria interna da Petrobrás contestou contrato da petroleira com o grupo
Odebrecht em torno de US$ 840 milhões para serviços em dez países. Depois de
análise do órgão interno, que atua com independência, o montante a ser pago foi
reduzido em 43% do valor original, a cerca de US$ 480 milhões.
O acordo inclui trabalhos de manutenção na refinaria de Pasadena, no Texas
(Estados Unidos), onde a Petrobrás é investigada por ter firmado um contrato
com falhas e comprado a unidade por preço acima do de mercado, como revelou o
Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em julho do ano
passado (leia texto ao lado).
O contrato foi tema de pauta em reunião de conselho de administração da companhia
realizada há pouco mais de dois meses. A presidente Graça Foster fez questão de
relatar o caso aos outros nove administradores da estatal, no conselho
presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Em seu relato ao conselho, Graça Foster não comentou que estavam incluídos no
contrato trabalhos na refinaria de Pasadena.
O serviço foi contratado durante a
gestão de seu antecessor, José Sérgio Gabrielli.
Destino. Apenas US$ 400 milhões foram inicialmente
destinados para a Odebrecht. Restaram em torno de US$ 80 milhões a serem pagos
pela Petrobrás. Graça disse na reunião que o montante só seria desembolsado
caso empresas locais oferecessem preços mais altos pelos trabalhos acordados
inicialmente com a Odebrecht. Todos os valores são aproximados.
O acordo foi feito com Odebrecht Engenharia Industrial, braço da construtora
responsável por obras industriais da empresa no Brasil e no exterior, em áreas
como petróleo, mineração, petroquímica e metalurgia.
A empresa é responsável pelo contrato de prestação de serviços para a área de
Negócios Internacionais da Petrobrás, dentro do plano de ação de certificação
em segurança, meio ambiente e saúde, denominado Projeto PAC SMS.
O contrato guarda-chuva contempla vários países e, em 2011, foi ampliado para
incluir serviços específicos em Pasadena.
Sem comentários. Procurada, a Odebrecht não quis comentar.
A Petrobrás também
não se manifestou oficialmente. A petroleira não informou o motivo da redução
dos valores, nem por que o contrato foi revisto. Tampouco detalhou os serviços
e países envolvidos.
Mas o Broadcast apurou que o contrato revisto do Projeto PAC SMS inclui, além
dos Estados Unidos, nove países que têm refinarias e estações de serviços da
Petrobrás. São eles Argentina, Japão, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Chile,
Equador, Bolívia e Brasil. Segundo uma fonte, o acordo foi reduzido quase à
metade por ter sido considerado caro demais para os serviços oferecidos.
As obras são conduzidas em parceria com a Foz do Brasil, uma empresa do grupo
Odebrecht para projetos ambientais. Conta com 26,53% de participação acionária
do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
O contrato suplementar para Pasadena foi firmado para recuperação, construção,
montagem e elaboração de estudos e diagnósticos das áreas de SMS. Também inclui
colocação de equipamentos e realização de serviços para contingência e combate
a incêndios.
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Fonte: Brasil247
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