09/08/2016 15:01 - Copyleft
Globo e golpistas mergulham o Brasil no abismo
A Globo esconde dos brasileiros as delações com o potencial
explosivo de derrubar o governo usurpador e levar seus integrantes para a
cadeia
Dois fatos políticos de relevância olímpica foram
olimpicamente
ocultados pela Rede Globo no Jornal Nacional desta
segunda-feira
olímpica, 8 de agosto de 2016.
O primeiro fato: a decisão de Gilmar Mendes, juiz tucano no STF, de abrir
processo para extinguir o PT. Embalado pelo espírito fascista da ditadura
golpista de 1964, Gilmar quer eliminar do sistema partidário brasileiro o
Partido que tem quase 2 milhões de filiados e que recebeu 54.501.318 votos na
última eleição presidencial. Um fato de tal gravidade jamais poderia ser
escondido.
O segundo fato ocultado foi o vazamento da delação que revelou a propina de R$
10 milhões que Michel Temer mandou a Odebrecht entregar aos sócios golpistas
Eliseu Padilha, Chefe da Casa Civil, que embolsou R$ 4 milhões em dinheiro
vivo, e Paulo Skaff, presidente da FIESP, que levou R$ 6 milhões, também em
dinheiro vivo. A delação também mostrou a propina de R$ 34,5 milhões recebida
pelo Chanceler usurpador José Serra.
Quem revelou o escândalo da propina multi-milionária paga aos golpistas não foi
nenhum veículo da imprensa não-hegemônica. A divulgação saiu das páginas da
insuspeitamente golpista revista Veja, muitas vezes beneficiária em primeira
mão dos vazamentos seletivos feitos por agentes da PF, do MP e do Judiciário.
É evidente que este escândalo, com o potencial explosivo de
derrubar o governo usurpador e levar seus integrantes para a cadeia – fosse
esse, evidentemente, um tempo de normalidade democrática e institucional –
somente foi vazado porque seus autores confiam que exercem controle total da
situação e das instituições políticas, policiais e judiciais.
É ilusório pensar que esta denúncia tenha algo a ver com princípios éticos ou
morais ou com o ideal de “limpeza” da política apregoado por procuradores da
Lava Jato, que agem como verdadeiros pregadores da nova ordem, pura e livre de
pecados.
O vazamento é uma operação calculada; é parte do jogo de disputas, chantagens e
de acomodação de interesses no interior do bloco golpista.
Aqueles que se beneficiam do vazamento têm consciência de que a divulgação
deste escândalo monumental não reverterá o curso do golpe e não derrubará o
governo usurpador de Michel Temer. Em outras palavras: o golpe está
consolidado, e o novo regime golpista, que se assenta na criminalidade e na
solidariedade criminosa, já administra as tensões internas.
Este estágio “orweliano” da realidade brasileira não seria alcançado sem a
participação da Rede Globo, com o corpo e a alma, no golpe.
A Globo joga um papel decisivo na consolidação do golpe, como jogou no de 1964.
O papel nocivo da Globo à democracia é exercido quando deturpa a realidade que
publica, mas sobretudo quando esconde criminosamente a realidade.
Esses acontecimentos são a demonstração olímpica de que o Brasil está sendo
outra vez mergulhado no abismo do arbítrio e do obscurantismo.
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