Criador do “Escola sem partido” envolvido em corrupção
O senador Magno Malta (PR-ES), criador do projeto de lei
apelidado de “Escola sem partido”, recebeu R$100 mil reais ilegalmente da
fabricante de móveis Cozinhas Itatiaia, conforme apontam trocas de e-mail entre
diretores da empresa.
terça-feira 16 de agosto
O repasse não declarado teria ocorrido em 2014, sendo
encoberto pela Itatiaia em uma nota fiscal de pagamento de serviços de
consultoria à Vix Consulting, pertencente ao empresário Hugo Gabrich.
Em e-mail de julho de 2014, Gabrich descreve a Victor Costa,
presidente da Itatiaia, o cenário político do Espírito Santo, estado pelo qual
Malta é senador e onde a empresa de móveis havia recentemente instalado sua
segunda fábrica, tendo recebido incentivos fiscais. Gabrich aponta nomes
“viáveis” para o cargo de governador, entre os quais Malta, sua esposa Lauriete
e o deputado estadual Marcelo Santos (PMDB). Costa responde que não tem
dinheiro para todos: “não posso dar mais para deputado estadual que para
senador”, mostrando sua prática de comprar políticos em vários níveis de poder.
Em outros e-mails, os diretores da Itatiaia mostram que
Malta utilizou duas vezes o jatinho da empresa: em 2012 para uma viagem entre
Vitória e Aracaju, e em 2013, para um voo entre Brasília e São Paulo. O
senador, por sua vez, declarou “que não são nenhuma ilegalidade” os voos no
jatinho da empresa, e que essas viagens foram para a realização de palestras
“sobre o combate à pedofilia, a redução da maioridade penal e a luta contra a
legalização do uso da maconha”. Já Victor Costa disse que emprestava o jatinho
para que Malta fizesse atividades relacionadas à igreja que frequentavam.
Enquanto tentam aprovar o projeto “Escola sem partido”, uma
verdadeira mordaça nos professores, políticos como Malta fazem do Estado um
balcão de negócios para empresários e setores conservadores, usando seus
mandatos para propagar ideias reacionárias, como a redução da maioridade penal
e o proibicionismo. É cada dia mais evidente que a discussão política que
querem proibir na escola com esse projeto de lei é a que questione o sistema
capitalista e os partidos burgueses, que estão a serviço das empresas e prontos
para atacar os trabalhadores e a juventude. Malta e seu projeto de lei são mais
dois ícones reacionários que nossa mobilização precisa combater.
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