Susan Sarandon, Viggo Mortensen, Oliver Stone e outras
personalidades estrangeiras denunciam golpe no Brasil
Wednesday, 24 August 2016 17:03
Um grupo de artistas e intelectuais estrangeiros divulgou
nesta quarta
(24) uma carta de protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff,
unindo-se a outras iniciativas recentes nos EUA de apoio público à
presidenta
legítima.
A lista dos 22 signatários reúne nomes como o ator Viggo
Mortensen, de “O Senhor dos Anéis”, o músico Brian Eno, o cantor Harry
Belafonte e o cineasta Oliver Stone.
“Nos solidarizamos com nossos colegas artistas e com todos
aqueles que lutam por democracia e justiça em todo o Brasil”, diz a carta,
redigida em inglês e português.
O texto afirma que a base jurídica para o afastamento de
Dilma “é amplamente questionável” e que há “evidências convincentes” de que a
principal motivação dos promotores do impeachment foi abafar investigações de
corrupção nas quais estão envolvidos.
O abaixo-assinado segue outras manifestações semelhantes de
repúdio ao impeachment de Dilma nos EUA, como a carta endossada em julho por 43
membros da Câmara dos Deputados e um comunicado do senador Bernie Sanders, no
início do mês.
Sanders, que perdeu a candidatura presidencial democrata
para Hillary Clinton após uma disputa acirrada, disse que o impeachment parece
um “golpe de Estado” e pediu que o governo dos EUA se posicione contra o
processo.
Em sua mensagem, os artistas apelam aos senadores que irão votar
no julgamento do impeachment que respeitem o resultado da eleição presidencial
de 2014 e alertam para os riscos regionais caso ele seja aprovado.
“Se este ataque contra suas instituições democráticas for
bem sucedido, as ondas de choque negativas irão reverberar em toda a região”,
diz a carta, que também tem as assinaturas dos atores Susan Sarandon e Danny
Glover, do linguista Noam Chomsky e da escritora Eve Ensler (autora de
“Monólogos da Vagina”).
Os outros signatários são Tariq Ali (escritor), Alan Cumming
(ator), Frances de la Tour (atriz), Deborah Eisenberg (escritora), Stephen Fry
(ator), Daniel Hunt (cineasta), Naomi Klein (escritora), Ken Loach (cineasta),
Tom Morello (músico), Michael Ondaatje (escritor), Arundhati Roy (escritora),
John Sayles (diretor e roteirista), Wallace Shawn (ator) e Vivianne Westwood
(estilista).
Ao mesmo tempo, um grupo de organizações nos EUA divulgou
uma declaração no mesmo tom, na qual afirma que a democracia brasileira está
“em grave risco”. Entre as 44 organizações signatárias estão movimentos de
classe, como a poderosa central sindical AFL-CIO, que tem mais de 12 milhões de
membros, e grupos sociais diversos.
“Em maio passado, o Congresso brasileiro orquestrou um golpe
legislativo, afastando a presidenta Dilma Rousseff em meio a acusações forjadas
de má gestão fiscal. Deputados e senadores usaram um discurso de ódio sexista,
invocando crenças religiosas e até mesmo elogiado o torturador da presidenta
Rousseff (durante o período em que foi presa na ditadura anterior) em sua
campanha de difamação”, diz a declaração.
O documento acrescenta que “de acordo com os movimentos
sociais brasileiros”, a violência contra manifestantes aumentou depois da posse
do governo interino.
“Apelamos ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e ao
governo Obama, para que defendam a democracia constitucional do Brasil, que se
oponham à campanha de impeachment lançada contra a presidenta Dilma Rousseff, e
que se recusem a reconhecer o governo ilegítimo de Temer”, conclui o texto.
PT na Câmara com informações da Folha de São Paulo
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