Impeachment pode evoluir para golpe militar, diz teólogo
31 AGO2016 19h17
Foto: Getty Images
"Os riscos desse golpe parlamentar é que se transforme
num golpe militar. Há consciência no povo, segundo a qual não se tolera mais um
golpe para favorecer a classe dominante. Se a reação dos movimentos sociais for
forte, o que se presume, os golpistas civis poderão chamar de novo os militares
como fizeram em 1964", destacou Boff.
Ainda segundo o teólogo, "os militares, a pretexto de
preservar a ordem, podem começar a reprimir, perseguir, prender e, como se faz
comumente nas prisões, torturar. Isso não é impossível pois, na Constituição,
está que havendo ameaça à ordem pública eles legalmente podem intervir".
Para Boff, toda essa ação foi causada pela "classe
dominante", que como não vencia as eleições presidenciais, "decidiu
voltar ao poder sem o voto popular". "Trata-se novamente de um golpe
da classe dos privilegiados, dos 71 mil ultra-ricos que nunca aceitaram o PT, Lula
e Dilma. Não aceitam uma democracia social para todos, mas só uma democracia
para poucos, onde eles detêm o poder e decidem de costas ao povo", diz
ainda o teólogo.
Amigo do papa Francisco, Boff foi o primeiro a informar que
o líder da Igreja Católica havia enviado uma carta à então presidente Dilma
Rousseff, pouco antes do processo de afastamento ser concluído. Ele ainda
confirmou que o Pontífice está acompanhando a situação no Brasil.
"Dilma se fez amiga do papa Francisco. Este aprendeu a
amar o povo brasileiro, especialmente, após o encontro mundial da juventude no
Rio de Janeiro. Ele recebeu uma delegação de alguns brasileiros à frente de uma
conhecida jurista e uma famosa artista, Letícia Sabatella, e se solidarizou com
a preservação da democracia", ressaltou.
Sem citar o que estava escrito no documento, Boff disse, no
entanto, que Dilma recebeu uma carta de apoio do Papa, mas por respeito a ele,
não quis divulgar o conteúdo. "Mas sei que foi de condenação de um
eventual golpe e o apoio da democracia de cunho social", finalizou.
Ansa
Deus te ouça!
ResponderExcluirPena que não será!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
Excluir