CUNHA PROVA QUE CONTINUA MANDANDO NO PAÍS
Depois de comandar o golpe parlamentar, deputado afastado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conseguiu colocar de joelhos o interino Michel Temer e
seu sucessor na Câmara, Rodrigo Maia; Cunha mandou avisar que
não admite ser cassado; para ele, Temer e os partidos que apoiam o seu
governo lhe devem gratidão por ter deflagrado o golpe; caso seja ignorado,
ameaça reagir; não é a toa que a votação da sua cassação ficou para 12 de
setembro, após o impeachment e numa segunda-feira, dia de quórum fraco; para o
jornalista Kennedy Alencar, adiar a votação sobre Cunha "mostra que o
governo e boa parcela da Câmara temem segredos que Cunha possa tornar
públicos" e "uma clara articulação para facilitar a vida do
ex-presidente da Câmara"
11 DE AGOSTO DE 2016 ÀS 20:13
247 - O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB) mandou
avisar que não admite ser cassado. Admite menos ainda ser enviado para
casa antes do impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff. Em privado,
Cunha diz que Michel Temer e os partidos que apoiam o seu governo lhe devem
gratidão por ter deflagrado o golpe. Ignorado, ameaçou reagir. E seu encontro
com a guilhotina foi empurrado para 12 de setembro —uma segunda-feira, dia de
quórum fraco. Contrariando aqueles que esperavam a votação para agosto, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) deu nova sobrevida ao antecessor.
Segundo o jornalista Josias de Souza, "empenhado em
evitar confusões que coloquem em risco o afastamento de Dilma, o Planalto
celebra o silêncio de Cunha". Ele complementa: "Na Câmara, o mutismo
da maioria evidencia o poder de fogo do personagem. Nesse cenário, basta que um
deputado agache no plenário para ser considerado um político de grande
altivez".
O jornalista Kennedy Alencar faz avaliação semelhante. Para
ele, adiar a votação de Cunha para 12 de setembro "mostra que o governo e
boa parcela da Câmara temem segredos que Cunha possa tornar públicos" e
"uma clara articulação para facilitar a vida do ex-presidente da
Câmara".
"Aprovar o impeachment de Dilma e dar a Cunha a chance
de escapar confirma o uso de dois pesos e duas medidas e reforça a tese de um
golpe parlamentar contra a petista", ressalta.
Ele pontua que "será um escândalo realizar essa votação
num dia de baixa presença no Congresso Nacional". "Como são
necessários 257 votos dos 513 deputados para que Cunha seja cassado, essa data
é um presente para o peemedebista e um tapa na cara da sociedade diante da
quantidade de acusações graves que pesam contra ele", diz.
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