Nadadores se envolveram em confusão em posto e mentiram
sobre assalto, diz polícia
Segundo Polícia Civil, atletas estavam alcoolizados e
entraram em confronto com segurança
Nadadores americanos Gunnar Bentz (à esquerda) e Jack Conger
deixam a delegacia
do aerporto - Mauro Pimentel / AP
POR ANTONIO WERNECK / ELENILCE BOTTARI / VERA ARAÚJO / LUIZ GUILHERME JULIÃO
POR ANTONIO WERNECK / ELENILCE BOTTARI / VERA ARAÚJO / LUIZ GUILHERME JULIÃO
18/08/2016 11:06 / atualizado 18/08/2016
15:46
RIO - Os nadadores americanos que prestaram queixa de um
suposto assalto no Rio mentiram sobre o crime e, na verdade, se envolveram em
uma confusão com seguranças de um posto de gasolina que fica a caminho da Vila
dos Atletas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, segundo as investigações da
Polícia Civil.
Agentes da Delegacia de Especial de Apoio ao Delegacia
Especial de Apoio ao Turismo (Deat) estão com imagens do circuito interno do
estabelecimento que mostram a confusão entre Ryan Lochte, James Feigen, Gunnar
Bentz e Jack Conger e os funcionários do posto.
Segundo o vídeo e relatos dos funcionários, os medalhistas olímpicos chegaram
por volta das 6h, já alterados, possivelmente por já estarem com nível etílico
alto e começaram a fazer bagunça no estabelecimento, que fica ao lado de uma
unidade hospitalar. Com isso, os funcionários reclamaram, e teve início a
confusão.
De acordo com os investigadores da Deat, os americanos
estavam muito alterados. Taambém há informações de que eles teriam quebrado a
porta do banheiro do posto de gasolina. A briga terminou por volta das 6h30m,
quando os atletas embarcaram num táxi e deixaram o local. Os policiais disseram
que a qualidade das imagens não é boa, mas ajudarão no inquérito.
Ryan Lochte deixou o país na noite da última segunda-feira,
num voo em direção aos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, a juíza Keyla Blanc
De Cnop, do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, determinou a
expedição de mandados de busca e apreensão dos passaportes dos nadadores
americanos.
Nesta quinta-feira, o advogado de James Feigen entregou o
passaporte do atleta à polícia.
DEPOIMENTOS CONTRADITÓRIOS
Os nadadores haviam prestado queixa sobre o suposto assalto
no último fim de semana. Os
depoimentos dos atletas, no entanto, apresentaram contradições e os
americanos passaram
a ser suspeitos de falsa comunicação de crime.
Segundo a primeira versão da história, os quatro nadadores
teriam sido assaltados quando estavam em um táxi, voltando da Casa da França,
na Sociedade Hípica, na Zona Sul do Rio, de onde saíram às 5h45m.
A outra inconsistência no testemunho de Lochte se dá em
relação a se o nadador teve ou não uma arma apontada para sua cabeça. "Não
foi exatamente o que aconteceu", teria dito o medalhista olímpico, de
acordo com o jornalista. Ele contou que um dos assaltantes havia apontado a
arma em direção a ele, mas não à sua testa.
Policiais da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo ouviram,
nesta quinta-feira, o depoimento do taxista que pegou os nadadores americanos
na madrugada de domingo.
Na manhã desta quinta-feira, o chefe da Polícia Civil,
Fernando Veloso, afirmou que a polícia analisou, inicialmente, as redes sociais
de Ryan Lochte e James Feigen. Segundo ele, com o decreto dos mandados de
condução coercitiva e a ordem de retenção de passaportes de atletas, a polícia
passou a ter acesso aos envolvidos de “forma mais adequada”.
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