19:47 09.08.2016(atualizado 20:24 09.08.2016)
Os protestos, que começaram a partir das 16h na
maioria dos municípios
Tiveram grande adesão de centrais sindicais e movimentos sociais
sob o lema Jornada Nacional de Mobilização contra o Golpe e em Defesa da
Democracia
Os protestos, que começaram a partir das 16h na maioria dos
municípios, receberam grande adesão de centrais sindicais e movimentos sociais
sob o lema Jornada Nacional de Mobilização contra o Golpe e em Defesa da
Democracia.
Em nota divulgada pelos movimentos — intitulada
"Enfrentar o golpe! Derrubar o governo ilegítimo!" —, foi feito
um alerta para os riscos de retrocessos sociais no Brasil, ao mesmo tempo em
que afirmam que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff não
apresenta qualquer fundamento legal. Nesta terça, em Brasília, os senadores
começaram a apreciar o relatório de Antônio Anastasia (PSDB-MG) que propõe o
prosseguimento do rito de afastamento definitivo da presidente até o final do
mês. A sessão deve ser interrompida pouco antes da meia noite e ser retomada
nesta quarta-feira pela manhã.
LEO RODRIGUES/AGÊNCIA BRASIL
Manifestações em Belo Horizonte levaram milhares de pessoas
às ruas
As manifestações ocorreram em Aracaju, Belo Horizonte, Juiz
de Fora, Natal, Recife, João Pessoa, São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas, Florianópolis,
Vitória, Fortaleza, Porto Alegre, Belém e Cuiabá, não tendo sido registrados
casos de violência ou enfrentamento dos manifestantes com a polícia até o
início da noite. No Rio de Janeiro, a Sputnik Brasil entrou em contato com
as principais lideranças político partidárias e foi informada que não
havia um programa oficial de manifestações, embora não fossem descartados
alguns protestos pontuais.
As manifestações desta terça contaram também com a adesão de
outro grande movimento de mobilização social, a Frente Povo sem Medo, integrada
por vários grupos, entre eles o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas
(MLB). Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o coordenador nacional,
Leonardo Péricles, acompanhou os protestos em Minas Gerais e disse que o
"Fora Temer" é a bandeira que mais unifica os movimentos sociais
hoje.
"Entendemos que o governo do Temer é um governo
ilegítimo, pois entrou através de um golpe institucional, diferente dos golpes
que estamos acostumados a ver na história militar com tanques nas ruas e
baionetas. Esse foi um golpe por dentro do Congresso Nacional, por dentro do
Senado, que tem uma maioria conservadora, contrária aos interesses da maioria
do nosso povo."
Péricles diz que a mudança de governo não teve como objetivo
combater a corrupção. Segundo ele, ao contrário, a assunção de Michel Temer
interinamente na presidência e o conjunto de pessoas e ministros de sua equipe
aumentaram a divulgação desses casos.
"Podemos dizer que o governo Temer é o mais corrupto
depois da ditadura militar. Esse golpe veio não somente contra a Dilma, mas
contra a classe trabalhadora. E isso fica cada dia mais claro com
as propostas, os projetos de lei que estão em curso, que são para aumentar
a jornada de trabalho, a exploração da classe trabalhadora, propostas vindas
diretamente dos patrões, da Confederação Nacional da Indústria, dos grandes
bancos no país. De aumentar o pagamento de juros da dívida pública, que já eram
absurdos no governo anterior, e agora a proposta é potencializar exatamente
isso, atacando vários direitos sociais extremamente importantes, conquistas
históricas."
SUMAIA VILLELA/AGÊNCIA BRASIL
Movimentos sociais ocuparam ruas e avenidas em Recife
Perguntado se acredita numa reviravolta no processo de
cassação da presidente Dilma, o coordenador nacional do MLB diz confiar na
mobilização das ruas e continuar repudiando o processo de impeachment,
extremamente seletivo segundo ele.
"José Serra está no governo do Temer. Foi uma denúncia
bem colocada (da Construtora Norberto Odebrecht, investigada na Operação Lava
Jato) que houve repasse de mais de R$ 23 milhões para o bolso do José Serra, e
nada está sendo feito. A grande imprensa desse país está deixando essa notícia
de forma secundária e colocando como centro outras questões totalmente
secundárias no momento político atual. Isso é um golpe que está acontecendo
porque desconsidera diversas questões. Uma coisa é clara: a presidente não
cometeu crime de responsabilidade nenhum. O grande erro que achamos da Dilma
foi ter governado com setores, vários que estão aí agora, que abandonaram o
governo no momento de crise, pularam para o lado de lá e implementaram o maior
golpe institucional que a América Latina e o mundo já viram. A Dilma acabou se
ligando com esses setores que sempre fizeram uma política contrária aos
interesses do nosso povo."
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