sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Serra e FHC tentaram fazer no Mercosul o que fizeram no Brasil: comprar votos

Serra e FHC tentaram fazer no Mercosul o que fizeram no Brasil: comprar votos
16 de Agosto de 201
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O jornal El País, do Uruguai, traz reportagem nesta terça (16) denunciando que o ministro interino das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, tentou comprar o voto do país vizinho no Mercosul para suspender a presidência da Venezuela no bloco.
“Chanceler do Uruguay acusa Serra de tentar comprar o voto do país contra Venezuela. Vergonha!”, reprovou pelo Twitter o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que é presidente da representação brasileira no Parlasul — o parlamento do Mercosul.
O jornal obteve notas taquigráficas de deputados que apontam a acusação de tentativa de suborno do tucano ao chanceler uruguaio Rodolfo Nin Novoa.
Em troca, o chanceler brasileiro propunha levar o Uruguai isoladamente em tratativas de acordos comerciais do Brasil na África e no Irã.
“Nós não gostamos muito que o chanceler (José) Serra veio ao Uruguai para nos dizer – disse em público, é por isso que lhes digo – que veio com a alegação de que a transferência [da presidência do Mercosul] deve ser suspensa e que, além disso, se fosse suspensa, nos levariam em suas negociações com outros países, como querendo comprar o voto do Uruguai”, reprovou o chanceler uruguaio.
Serra viajou ao Uruguai com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com a missão de afastar a Venezuela da presidência do Mercosul.
Nin Novoa voltou a declarar, no encontro com os deputados, que o Uruguai entende que a “Venezuela é o legítimo ocupante da presidência pro tempore e, por isso, quando convocar uma reunião, o governo uruguaio comparecerá”. “O Uruguai vai estar presente [nos encontros do Mercosul]. Se os outros não vão, será uma responsabilidade deles”, completou. Paraguai e Argentina estão do lado do governo Temer contra a Venezuela.

Na prática, FHC e Serra tentaram fazer sem sucesso o que já fizeram com triunfo em 1998 durante a compra de votos para aprovar a reeleição no Congresso.

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