Serra
e FHC tentaram fazer no Mercosul o que fizeram no Brasil: comprar votos
16 de Agosto de 201
O jornal El
País, do Uruguai, traz reportagem nesta terça (16) denunciando que o
ministro interino das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, tentou
comprar o voto do país vizinho no Mercosul para suspender a presidência da
Venezuela no bloco.
“Chanceler do Uruguay acusa Serra de tentar comprar o voto
do país contra Venezuela. Vergonha!”, reprovou pelo Twitter o
senador Roberto Requião (PMDB-PR), que é presidente da representação
brasileira no Parlasul — o parlamento do Mercosul.
O jornal obteve notas taquigráficas de deputados que apontam
a acusação de tentativa de suborno do tucano ao chanceler uruguaio Rodolfo
Nin Novoa.
Em troca, o chanceler brasileiro propunha levar o Uruguai
isoladamente em tratativas de acordos comerciais do Brasil na África e no Irã.
“Nós não gostamos muito que o chanceler (José) Serra veio ao
Uruguai para nos dizer – disse em público, é por isso que lhes digo – que veio
com a alegação de que a transferência [da presidência do Mercosul] deve ser
suspensa e que, além disso, se fosse suspensa, nos levariam em suas negociações
com outros países, como querendo comprar o voto do Uruguai”, reprovou o
chanceler uruguaio.
Serra viajou ao Uruguai com o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso com a missão de afastar a Venezuela da presidência do
Mercosul.
Nin Novoa voltou a declarar, no encontro com os deputados,
que o Uruguai entende que a “Venezuela é o legítimo ocupante da presidência pro
tempore e, por isso, quando convocar uma reunião, o governo uruguaio
comparecerá”. “O Uruguai vai estar presente [nos encontros do Mercosul]. Se os
outros não vão, será uma responsabilidade deles”, completou. Paraguai e
Argentina estão do lado do governo Temer contra a Venezuela.
Na prática, FHC e Serra tentaram fazer sem sucesso o que já
fizeram com triunfo em 1998 durante a compra de votos para aprovar a reeleição
no Congresso.
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