segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Golpe na Turquia: organizado pelos EUA e pela CIA

diário operário e socialista desde 2003
28 DE JULHO DE 2016
Golpe na Turquia: organizado pelos EUA e pela CIA
Golpe na Turquia: organizado pelos EUA e pela CIA

Uma reportagem publicada pelo jornal turco Yeni Safak, próximo do presidente Recep Tayyip Erdogan, apresenta o responsável pela organização da tentativa de golpe na Turquia no dia 15 de julho: o general aposentado norte-americano John F. Campbell. Campbell era até recentemente chefe da Força de Assistência para a Segurança Internacional (ISAF, na sigla em inglês), missão ligada à OTAN no Afeganistão.
O jornal cita “fontes próximas aos processos contra presos por participação na tentativa de golpe”. Milhares de pessoas foram presas depois da tentativa de golpe, em que militares tomaram pontos estratégicos de Istambul e Ancara, além de tomarem o controle de uma rede estatal de TV e atacarem prédios públicos. Centenas de pessoas morreram durante a tentativa dos militares de tomar o poder.
Campbell comandou a ISAF até o dia 1º de maio desse ano. Depois de deixar o cargo, fez duas visitas secretas À Turquia, onde se reuniu com militares nas bases de Erzurum e Incirlik, sendo esta última utilizada pelos norte-americanos para lançar ataques na Síria.
US$ 2 bilhões
O golpe na Turquia foi parado pelo povo, que tomou as ruas e enfrentou soldados e tanques para evitar mais um golpe militar no País. Do lado do golpe, e do imperialismo, a força social usada para impulsionar o golpismo foi o dinheiro. Mais precisamente, pelo menos US$ 2 bilhões geridos por Campbell em sua missão para corromper militares turcos. Essa quantidade de dinheiro foi transferida para a Turquia a partir do United Bank of Africa (UBA) na Nigéria, operação que foi conduzida pela CIA. Pelo menos 80 militares receberam dinheiro para serem “persuadidos” a participar da aventura golpista.
Segundo a reportagem, oficiais investigaram seus subordinados durante meses na preparação para o golpe. Os soldados foram classificados, levando em conta seu histórico e de suas famílias, em três categorias, os que não participariam foram colocados em listas negras, enquanto outros seriam neutros e uma terceira categoria participaria da tentativa de derrubar o governo ou poderia ser corrompida por meio do dinheiro fornecido por Campbell.

A revelação da participação de Campbell mostra como foi possível forjar uma unidade entre um setor de militares para dar o golpe, graças à coordenação de fora e ao dinheiro. Quando preso, o general de brigada Mehmet Disli foi encontrado com um saco cheio de dinheiro. Para o imperialismo, os regimes em crise não servem mais, precisam de governos fantoches ainda mais duros. Por mais conciliadores que os governos dos países atrasados sejam, como vinha sendo Erdogan.

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