PT define agenda de pré-campanha de Lula à Presidência
O ex-presidente e a cúpula petista fecharam o trajeto da aguardada viagem pelo Nordeste
31/07/2017 - 20H41 - ATUALIZADA ÀS 20H52 - POR ESTADÃO
CONTEÚDO
E X-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA DURANTE
COLETIVA DE
IMPRENSA EM SÃO PAULO (FOTO:
NACHO DOCE/REUTERS)
Dois dias antes da votação que vai definir a permanência ou
não do presidente Michel Temer no
cargo, a cúpula do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva se reuniram nesta segunda-feira, 31, para definir detalhes sobre a
pré-campanha do petista rumo às eleições de 2018.
A definição sobre a
estratégia do partido para a votação sobre a denúncia contra Temer na Câmara ficou
para amanhã, quando a Executiva e a bancada do PT vão se reunir em Brasília
Com a presença da presidente nacional do PT, Gleisi
Hoffmann, e do próprio Lula, o partido definiu uma agenda extensa que começa
sexta-feira, em almoço com religiosos e comerciantes da Zona Sul de São Paulo,
tradicional reduto petista, e vai até dezembro, no mínimo, com atos na Grande
São Paulo, longas caravanas pelas regiões Nordeste, Sul e pelos Estados de São
Paulo e Minas Gerais.
Além disso o PT lançou nesta segunda-feira o projeto Brasil
em Movimento, composto por ciclos de debates e plataforma digital
participativa, que pretende ser o embrião do programa de governo de Lula para
2018.
Lula e a cúpula petista fecharam o trajeto da aguardada
viagem de Lula pelo Nordeste.
A caravana parte de Feira de Santana (BA) no dia
17 de agosto e vai passar por 28 cidades dos nove Estados nordestinos.
O ponto
final é São Luís (MA), provavelmente no dia 7 de setembro.
Por decisão de Lula, o trajeto será feito todo de ônibus,
sem uso de helicóptero ou avião.
Segundo participantes da reunião, Lula exigiu
apenas não ficar hospedado na casa de correligionários.
"Não quero tirar a cama de nenhuma criança.
Durmo até
em pensãozinha, mas não quero ficar em casa de companheiros", disse Lula.
A ideia é escolher eventos e cidades onde tenha alguma
realização dos governos petistas e, assim, resgatar para o eleitorado o
legado do ex-presidente.
A última caravana de Lula pela região foi em 1993,
segundo o ex-ministro Gilberto Carvalho.
Na ocasião o petista refez o caminho
entre Garanhuns (PE) e São Paulo, percorrido pela primeira vez quando tinha
cinco anos.
Até o dia 8 de setembro o ex-presidente deve estar de volta
em São Paulo.
No dia 13, Lula, condenado a nove anos de prisão no caso do
triplex do Guarujá, presta depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, sobre o
sítio usado por ele e sua família em Atibaia.
A cúpula petista prevê outras três caravanas até o final
deste ano. A primeira delas pela região Sul e as outras duas por Minas Gerais e
São Paulo.
A agenda foi definida em reunião entre Gleisi, Lula,
presidentes dos diretórios petistas estaduais e das capitais, além de
integrantes da Executiva
e deputados, entre eles o líder do PT na Câmara, Carlos
Zaratini (PT-SP).
Na reunião, dirigentes das regiões Norte e Centro-Oeste
também cobraram caravanas com Lula."Por isso estamos pensando em estender
as caravanas até março do ano que vem", disse Gleisi.
O coordenador das agendas, Marcio Macedo, um dos
vice-presidentes do PT, negou que o objetivo das viagens seja eleitoral.
"Ele vai conversar com as pessoas sobre a realidade do país.
E levar
esperança", disse o dirigente petista.
\'Brasil em movimento\'
O PT também abriu ontem as discussões sobre o programa de governo para 2018.
O
projeto Brasil em Movimento, coordenado pelo presidente da Fundação Perseu
Abramo (FPA), Marcio Pochmann, professor da Unicamp, pretende recolher
sugestões em três níveis.
O primeiro, dos chamados "sábios",
prevê a participação de acadêmicos, gestores públicos, especialistas e
políticos em geral.
O segundo nível inclui setores organizados da esquerda que
estão fora dos partidos políticos como movimentos por moradia, mobilidade,
igualdade racial etc.
O terceiro nível será uma plataforma digital onde
qualquer pessoa poderá fazer sugestões.
"Queremos que isso vá além da candidatura de Lula em
2018", disse Joaquim Soriano, dirigente da FPA.
O deputado José Guimarães (PT-CE), secretário de Relações
Institucionais da sigla, definiu o pacote pré-eleitoral petista como uma
tentativa de "reiniciar o caminho com novas ideias e novas propostas para
Lula governar o Brasil".
Durante a reunião, dirigentes lembraram que a
conjuntura hoje é muito diferente de 1993, quando o PT não era alvo de uma
avalanche de denúncias e Lula não havia sido condenado por corrupção.
Fonte: http://globo.com/
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