Ministério Público solicita arquivamento de investigação
contra Lula por obstrução à Justiça
Investigação foi aberta com base em depoimento do ex-senador
Delcídio do Amaral
11/07/2017
Para o MPF, Delcídio queria citar Lula na delação
por
interesse próprioUeslei Marcelino/1º.06.2017/
Reuters
O MPF (Ministério Público Federal) pediu nesta terça-feira
(11) à Justiça Federal em Brasília o arquivamento de investigação criminal
contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suspeita de obstrução das
investigações da Lava Jato por meio de articulação com senadores, informou a
Procuradoria da República no Distrito Federal.
A investigação de obstrução de Justiça contra Lula foi
aberta com base em depoimento do ex-senador Delcídio do Amaral em acordo de
delação premiada, no qual o ex-petista disse que Lula havia lhe chamado, assim
como outros senadores, inclusive o então presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), com o objetivo de impedir o andamento da Lava Jato.
O MPF concluiu, no entanto, após ouvir Delcídio e os outros
senadores apontados, não "se vislumbrar no discurso de Delcídio a
existência de real tentativa de embaraço às investigações da operação Lava
Jato", segundo comunicado da Procuradoria.
No pedido de arquivamento, a Procuradoria ressalta que o
objetivo principal de Delcídio ao citar Lula na delação pode ter sido interesse
próprio, em busca de aumentar seu poder de barganha perante a
Procuradoria-Geral da República no acordo, ampliando assim os benefícios.
Lula e Delcídio também são investigados em um outro processo
pela suspeita de crime de embaraço à investigação pela suposta compra do
silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que também tramita na
Justiça Federal do Distrito Federal.
O ex-presidente ainda é réu em outras ações envolvendo a
Lava Jato perante a Justiça Federal do Paraná.
Um dos processos é relativo ao suposto recebimento de
vantagens indevidas por meio de um apartamento tríplex no Guarujá (SP) — o
ex-presidente aguarda a sentença do juiz Sérgio Moro.
Em outro processo o
petista é acusado de receber propinas da Odebrecht na forma de um terreno que
seria destinado à construção da sede do Instituto Lula em São Paulo e de um
apartamento cobertura vizinho ao que mora em São Bernardo do Campo.
Lula é réu ainda em duas outras ações penais que tramitam no
âmbito das operações Zelotes —que investiga um esquema de corrupção no Carf
(Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e na edição de medidas
provisórias que deram incentivos fiscais a empresas — e Janus — que apura
contratos da empreiteira Odebrecht.
O ex-presidente nega todas as acusações e seus advogados
afirmam que Lula é alvo de perseguição política promovida por integrantes do
Judiciário e do Ministério Público.
Copyright Thomson Reuters 2012
Fonte: http://r7.com/
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