Veja os documentos provas que tinham “sumido” da corrupção
de Aécio em Minas, entregues por Valério
1 day ago 27/07/2017
Em delação à Polícia Federal, Marcos Valério (no topo, à
esquerda) entregou os contratos e aditivos assinados por suas agências de
publicidade com o primeiro governo Aécio Neves (PSDB) e que
“desapareceram” na CPI dos Correios, cujos documentos eram compartilhados
com a CPI do Mensalão (abaixo, à esquerda).
Entre os membros desta,
o então deputado federal tucano Ibrahim Abi-Ackel (primeiro da
esquerda para a direita, na foto da CPI do Mensalão) e sobre quem pesa a
suspeita de ter dado sumiço nos documentos.
No topo, nas fotos ao lado da
de Marcos Valério, a dupla de confiança de Aécio: Danilo de Castro e Frederico
Pacheco de Medeiros. Abaixo, o então PGR Antonio Fernandes de Souza e o
ministro Joaquim Barbosa, do STF (veja PS do Viomundo)
por Marco Aurélio Carone, especial para o Viomundo, e
Conceição Lemes
Depois de 12 anos, finalmente, em março de 2017, o
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu andamento ao inquérito civil nº
0024.05.000060-3.
Curiosamente, só após a Polícia Federal (PF) começar a ouvir
os depoimentos do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, preso
desde 2012, e que acabaram gerando a proposta de delação premiada.
Valério foi condenado a 37 anos e cinco meses de prisão por seu
envolvimento no esquema do mensalão do PT.
Instaurado em 26 de junho de 2005, a partir de inquérito do
Ministério Público Federal (MPF), ele investiga os contratos entre as empresas
de Valério (agências de publicidade SMP&B e DNA) e o governo de Minas
de 1996 a 2006.
Apura, portanto, a legalidade dos contratos celebrados no
primeiro governo do tucano Aécio Neves (2003-2006).
Os documentos investigados são os solicitados, em abril de
2006, ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pelo então procurador geral
da República, Antônio Fernandes de Souza, por intermédio do ministro Joaquim
Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na época, a Polícia Federal solicitou uma perícia
contábil-financeira no diretório estadual do PSDB mineiro.
Estranhamente, tanto o PGR Antônio Fernandes de Souza quanto
o ministro Joaquim Barbosa negaram a demanda da PF.
A negativa do PGR está na última página (imagem abaixo) do
seu parecer, datado de 25 de abril de 2006 (na íntegra, ao final), a Joaquim
Barbosa, no qual reivindica os contratos entre as agências de Valério e o
governo de Minas.
Ele justifica: “considero inoportuna a
realização dessa diligência na presente ocasião”.
Em despacho de 28 de abril de 2006, o ministro Joaquim
Barbosa atende a todas demandas do PGR. E também nega a perícia
contábil-financeira no diretório regional do PSDB em Minas.
Alega: “indefiro-a por ter sido considerada inoportuna por
titular de futura ação penal que eventualmente possa originar-se deste
inquérito”.
Os contratos investigados pelo MP de Minas somam
284 páginas (na íntegra, ao final)..
Sumidos desde a CPI dos Correios, eles constam agora da
delação de Marcos Valério à PF.
De cara, nesses documentos quatro detalhes chamam
atenção:
1) A solicitação de Joaquim Barbosa é datada de 2 maio
de 2006, como mostra a imagem abaixo.
2)Danilo de Castro, secretário de governo de Aécio, responde
à demanda de Joaquim Barbosa/Antônio de Souza, em 5 de outubro de 2006.
Portanto, só cinco meses depois!
3) Nos contratos e aditivos celebrados entre a
administração de Minas e as empresas de Marcos Valério dois nomes
fazem dobradinha: Danilo de Castro e Frederico Pacheco de Medeiros,
respectivamente secretário e secretário-adjunto do governo Aécio
Neves, como mostra o aditivo abaixo, de 21 de setembro de 2004.
Frederico Pacheco de Medeiros é o Fred, primo de Aécio,
preso em 18 de maio pela Polícia Federal.
Segundo Joesley Batista, dono da JBS, Fred foi a pessoa
designada para receber os R$ 2 milhões solicitados por Aécio Neves.
4) Os aditivos celebrados a partir de janeiro de 2003
em contratos originados no governo Eduardo Azeredo (janeiro de 1995 a
dezembro de 1999) comprovam que o esquema do mensalão tucano, que a quem
Valério serviu em 1998, continuou operando no governo Aécio Neves.
De 1996 a 2006, o único período em que Valério não operou
no governo de Minas foi na gestão Itamar Franco (janeiro de 2000 a
janeiro de 2003, cuja auditora geral era a hoje ministra Cármen Lúcia,
presidente do STF.
Em tempo. Atente à movimentação do inquérito instaurado pelo
MPMG, em junho de 2005 (imagem ao lado).
De 2005 a 2012, nenhuma movimentação.
Em 11 de dezembro de 2013, foi remetido ao Conselho Superior
do Ministério Público de Minas (CSMP), onde permaneceu três meses.
Em junho de 2014, foi de novo enviado ao CSMP, onde “dormiu”
por quase três anos.
Mas de março de 2017 até agora o inquérito já teve seis
andamentos.
Alguém ainda tem dúvida que o senador Aécio Neves
sempre contou com a blindagem do Judiciário para perpetrar e continuar fazendo seus
malfeitos?
PS do Viomundo: Em 21 de abril de 2013, o
então presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, recebeu a Medalha da
Inconfidência do governo de Minas.
Naquela altura, muitos documentos sobre
os malfeitos do senador Aécio Neves já tinham passado por suas mãos.
Em 2006,
ele negou a perícia contábil-contábil financeira no PSDB mineiro demanada pela
Polícia Federal
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