DETONANDO NO EXTERIOR: Janot ‘arrasa’ Temer nos EUA e diz
que não acreditou que presidente brasileiro fosse ‘tão criminoso’
17 de julho de 2017
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta
segunda (17) em Washington que achou que era mentira quando ouviu pela primeira
vez o áudio entre Joesley Batista, donos da JBS e o presidente Michel Temer.
“Não acredito que isso esteja acontecendo”, declarou Janot durante uma palestra
na capital americana.
Em delação premiada, Joesley Batista mostrou a gravação de
uma conversa com Michel Temer e afirmou que tinha negociado pagamento de
propina com Lúcio Funaro, ex-assessor especial do presidente.
Com base nas
informações, a PGR apresentou denúncia contra Temer por corrupção passiva.
“A primeira reação nossa foi dizer ‘isso é mentira, não
acredito que isso esteja acontecendo’ “, declarou Janot.
“Não acredito que isso esteja acontecendo. Isso não pode acontecer depois de
três anos e meio de lava jato, com esses números, é inacreditável que a prática
continua de maneira aberta”, continuou o procurador-geral.
Imunidade
Janot disse também que para os padrões norte-americanos o
conteúdo da delação dos irmãos Batista, donos da JBS, seria o suficiente para
conceder imunidade aos delatores.
Após o acordo de delação premiada com a procuradoria,
Joesley e o irmão, Wesley Batista, obtiveram o direito de não responder
criminalmente pelo esquema de propinas que revelaram a procuradores e terão dez
anos para pagar uma multa de R$ 225 milhões.
Os termos foram considerados no Brasil como muito benéficos
em comparação aos que foram acordados com outros delatores da Operação Lava
Jato.
“A pessoa que entrega no curso do cometimento do crime um
presidente da República, eu duvido que para o padrão norte-americano isso não
seria suficiente para entender pela imunidade”, argumentou Janot no evento em
Washington.
O procurador-geral disse, ainda, que não poderia “engolir
seco” e deixar que as pessoas continuassem praticando crime porque não queria
conceder imunidade.
Ele ressaltou que “ninguém se sente feliz concedendo
imunidade a criminoso”.
Janot defendeu o processo usado na procuradoria para
determinar os termos dos acordos de delação.
“Jamais um colega vai sozinho ouvir um delator.
Não há
nenhuma decisão tomada na hora.
Nós deliberamos em conjunto o que pode ser
feito e não pode ser feito”, explicou.
g1
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