terça-feira, 11 de abril de 2017

Delator revela ao TSE como Temer exigiu propina e suas ameaças

11/4/2017 14:20
Delator revela ao TSE como Temer exigiu propina e suas ameaças

 

O ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Odebrecht e delator da Lava Jato, Claudio Melo Filho, detalhou em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o encontro que manteve com Michel Temer no Palácio do Jaburu, durante a campanha eleitoral de 2014, e que resultou na doação de R$ 10 milhões por parte da empreiteira para o PMDB. 

A maior parte dos recursos foi empregada na campanha para o governo de São Paulo que tinha como candidato o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, como detalha o blog do jornalista Fausto Macedo. 

"Os dois, tanto o sr Eliseu Padilha quanto o sr. Michel Temer falaram da dificuldade do processo eleitoral de 2014, da... da..., que estava crescendo a oposição etc e tal, coisas desse tipo. 

Em determinado momento, o sr Michel Temer fez uma solicitação ao Marcelo para que a Odebrecht ajudasse as campanhas do PMDB no ano de 2014", afirmou Melo em seu depoimento ao ministro e relator do processo que pode resultar na cassação da chapa Dilma-Temer no TSE Herman Benjamim. 
Oitiva aconteceu no último dia 6.

"Ele (o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht) tentou que fosse canalizado integralmente para a campanha do sr Paulo Skaf. Houve uma reação do outro lado", observou Melo. "Ambos (Temer e Padilha) disseram: Marcelo, mas não dá para você contribuir com o PMDB e destinar só para uma pessoa", assegurou.

Melo disse, ainda, que informou Marcelo Odebrecht que ele teria dificuldades para convencer Temer e Padilha em direcionar os recursos apenas para a campanha de Skaf. "E ele disse: fique tranquilo que eu me viro lá", afirmou. 

Após conversar com Padilha e Temer, Melo destacou que Marcelo Odebrecht disse que repassaria R$ 6 milhões para a campanha de Skaf e os demais "R$ 4 milhões ficariam para o grupo que ficou a cargo definido naquele encontro do sr Eliseu Padilha determinando para onde seria alocado esse recurso".




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