MORO SE ENROLA: Diretor da OAS, desmente Léo Pinheiro e diz
que tripléx nunca esteve reservado para Lula
27 de abril de 2017
Por Cíntia Alves, Jornal GGN – A Lava Jato colheu mais um
depoimento de empresário que contraria o testemunho de Léo Pinheiro no caso
triplex. Fabio Yonamine, ex-diretor-financeiro e presidente da OAS
Empreendimentos, disse em depoimento ao juiz Sergio Moro, na quarta (26), que
Pinheiro nunca afirmou que Lula tinha um apartamento “reservado” no Condomínio
Solaris,
no Guarujá.
“Doutor Léo nunca me disse que tinha uma unidade reservada para o
ex-presidente”, disse Yonamine nos minutos finais de seu depoimento a Moro, que
durou cerca de duas horas. Segundo o executivo, o apartamento 164-A era, no seu
entendimento, um “estoque” da OAS, “não era uma unidade reservada para Lula”.
“Não posso dizer se estava à venda ou não”, acrescentou.
Um dos argumentos da Lava Jato para acusar Lula de ser o proprietário oculto do
triplex é o fato de a unidade – que recebeu aprimoramentos que custaram em
torno de R$ 1,2 milhão – não ter sido vendida ainda. Outros dirigentes da OAS
já afirmaram a procuradores da Lava Jato que o imóvel, que sempre esteve em
nome da OAS e consta como ativo da empresa, poderia ser “vendido a qualquer
cliente”, inclusive a Lula.
Já em seu depoimento a Moro, Pinheiro disse que foi
“orientado” por Vaccari a não colocar o apartamento à venda porque Lula e sua
família tinham interesse no imóvel. Ainda de acordo com Pinheiro, a OAS não
ficaria no prejuízo porque os investimentos feitos no triplex poderiam ser
abatidos de uma conta virtual que a construtora mantinha com o PT, chamada de
“caixa geral”.
Yonamine disse que recebeu de Pinheiro um pedido para
“decorar” o apartamento, para “deixar mais bonito” com o intuito de vender ao
ex-presidente Lula. Quem tocou o projeto com detalhes, porém, foi a equipe da
OAS Empreendimentos em São Paulo, liderada por Roberto Moreira. Como informou o
GGN, Moreira já disse à procuradores da Lava Jato que o triplex não havia sido
“destinado” oficialmente a Lula, apesar da personalização da unidade.
Segundo Yonamine, o apartamento ficou pronto às vésperas da
prisão de Léo Pinheiro na Lava Jato. Por isso, ninguém procurou Lula e dona
Marisa Letícia para saber o que o casal pretendia fazer com a unidade. “Nunca
fui atrás nem mandei ninguém atrás”, comentou.
Ainda de acordo com Yonamine, 100% dos recursos empregados
na construção e reforma do triplex eram da OAS Empreendimento, e “só têm
recursos legais”. Todos os pagamentos eram feitos com recebimento de nota
fiscal, pagamento de tributos e prestação de contas, informou. Além disso, ao
contrário do que suspeita a Lava Jato, a OAS Empreendimentos nunca teve
qualquer relação com a Petrobras.
Segundo o executivo, o apartamento 164-A era, no seu entendimento,
um “estoque” da OAS, “não era uma unidade reservada para Lula”. “Não posso
dizer se estava à venda ou não”, acrescentou.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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