REFORMA TRABALHISTA: Temer sofre derrota e pode cair sem
apoio no Congresso
18 de abril de 2017
O governo de Michel Temer sofreu uma importante derrota
nesta terça-feira (18) ao não conseguir aprovar no plenário da Câmara dos
Deputados a aceleração da tramitação da reforma trabalhista.
Apenas 230 deputados votaram com o governo, com 163 contra.
Era preciso o voto de pelo menos 257 dos 513 deputados para
que a reforma tramitasse em regime de urgência. O placar revelou uma relevante
traição na base de apoio de Temer.
A derrota é simbólica porque o Palácio do Planalto queria
usar a aprovação da reforma trabalhista como exemplo de que tem votos
suficientes para aprovar a outra prioridade legislativa de Temer em 2017, a
reforma da Previdência. Por ser emenda à Constituição, ela precisa de mais
votos ainda (60% dos deputados).
Com a rejeição da tramitação em regime de urgência, a
reforma só deve ser votada na comissão especial da Câmara em cerca de duas
semanas. O governo queria aprová-la na comissão e no plenário já na semana que
vem. A derrota deve atrasar a tramitação também da reforma da Previdência.
O texto muda vários pontos da CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho) e traz, entre os principais pontos, a prevalência de negociações
entre patrões e empregados sobre a legislação e o fim da contribuição sindical
obrigatória.
‘DESGRAÇA’
A oposição protestou durante toda a sessão, afirmando que a
base de apoio de Temer quer precarizar os direitos trabalhistas. Deputados
portaram cartazes com referências às delações da empreiteira Odebrecht e
afirmando que a aprovação do requerimento é um golpe contra os trabalhadores.
O ápice do protesto aconteceu quando o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), se levantou momentaneamente de sua cadeira. A
ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSOL-SP), que é da oposição, se sentou
rapidamente no lugar de Maia anunciou ao microfone:
“Passo a palavra ao
deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que é o relator dessa desgraça.”
Maia retomou a presidência logo depois.
“Alcançamos uma vitória talvez inimaginável, não imaginávamos
que fossemos conquistar essa vitória. Mostramos que não aceitávamos retirar
direitos dos trabalhadores para retirar o foco da corrupção, a base do governo
ficou nervosa, se desesperou e foi derrotada.
Se a reforma trabalhista não
alcança maioria absoluta, imagina a reforma da Previdência”, afirmou Alessandro
Molon (Rede-RJ).
“Era necessário que aguardasse que mais deputados votassem.
Os deputados que tomaram de assalto a bancada podem ter tido alguma
influência”, disse o relator Rogério Marinho, se referindo ao protesto
comandado por Erundina, entre outros.
Com informações da Folhapress.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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