Folha discorda de Globo e diz que provas de Léo Pinheiro não
tem ‘nexo’
23 de abril de 201
A Odebrecht apresentou , segundo o jornal paulista,
“extratos que seriam de pagamento de propina vinculada por delatores a uma
reunião com o presidente Michel Temer em 2010”.
Os valores superam os US$ 40 milhões que, segundo
ex-executivos, tiveram o repasse acertado em encontro com o hoje presidente, em
seu escritório político paulistano.
A propina é ligada, de acordo com a Odebrecht, a um contrato
internacional da Petrobras, o PAC-SMS, que envolvia certificados de segurança,
saúde e meio ambiente em nove países onde a estatal atua. O valor inicial era
de US$ 825 milhões.
Já a OAS, diz o jornal dos Marinho, pretende apresentar a
agenda de seu executivo Léo Pinheiro como prova de que este teve encontros com
Lula, à qual a Força Tarefa pretende anexar um relatório de pedágio
demonstrando que os carros que servem a Lula teriam ido, ao longo de dois anos,
seis vezes ao Guarujá.
É capaz de eu ter ido umas seis vezes a Petrópolis ao longo
de dois anos, que fica do Rio mais ou menos à mesma distância e nem por isso
tenho um “simplex” lá, que dirá um triplex.
De um lado, situações objetivas, retratando a movimentação
de mais de uma centena de milhões de reais – “os extratos atingem US$ 54
milhões, mas a soma de planilhas anexadas chega a US$ 65 milhões – saídos de
cinco empresas em “mais de 50 depósitos em offshores fora do Brasil que vão de
US$ 280 mil
a US$ 2,3 milhões”.
Ou seja, de onde veio e para onde foi. Uma riqueza
probatória que nem mesmo no caso das contas suíças de Eduardo Cunha se
dispunha.
Do outro lado: “eu digo que foi”, “eu tenho meu diário”,
ninguém ouviu, mas ele me disse” e outras coisas do gênero que podem ser
acusações, mas não adquirem a materialidade da prova: um documento, um
depósito, um registo bancário, uma procuração, nada que se possa usar para
dizer: sim, o apartamento pertenceu a Lula.
O Globo, porém, produz a melhor das provas circunstanciais
de que Léo Pinheiro mentiu em sua delação.
É que informa que o jornal publica, desde 2010, reportagens
dizendo que o tríplex seria de Lula.
Não seria preciso apenas ser corrupto, mas muito burro para
operar um favorecimento na troca de um apartamento no Guarujá que há quatro
anos já despertava os inquisidores da “Lava Globo”.
O contraste das duas investigações é impressionante.
Uma é tudo o que se quer que seja. Na outra, mesmo estando
evidente que é, não é para ser.
Ou, pelo menos, enquanto não de quiser um novo impeachment.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário