Aécio recebia mesada de R$ 1 mi e R$
2 mi, afirma delator
Em acordo de delação, Marcelo Odebrecht e executivo da
empresa afirmaram que senador tucano recebeu 'vantagens indevidas'
Por Daniel Pereira
Access_time11 abr 2017, 17h39 - Atualizado
em 11 abr 2017,
21h09
Aécio Neves: um dos mais afetados na nova safra
de
revelações da Odebrecht (Cristiano Mariz/VEJA)
Marcelo
Odebrecht e outro executivo da empresa contaram que o senador Aécio Neves,
presidente nacional do PSDB, recebeu “vantagens indevidas” em troca de
apoio a interesses da empreiteira, sobretudo no caso dos projetos das usinas
hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. Segundo o colaborador Henrique
Valladares, Aécio, identificado como “Mineirinho”, recebia mesadas que variavam
de 1 milhão de reais a 2 milhões de reais.
O teor de outro inquérito envolvendo o senador tucano revela
que, em seus acordos de colaboração, Marcelo Odebrecht e Benedicto Júnior
apresentaram provas documentais de que, em 2014, efetuaram o pagamento de
“vantagens indevidas” em benefício do senador Aécio Neves e de seus aliados
políticos. O relato foi confirmado pelo principal executivo da empreiteira em
Minas Gerais.
Alvo de cinco inquéritos, Aécio Neves também foi citado por
dois delatores, que disseram que a Odebrecht pagou, a pedido do senador,
“vantagens indevidas” travestidas de doações eleitorais à campanha ao governo
de Minas Gerais do tucano Antonio Anastasia, hoje senador.
Um dos repasses foi
de cerca de 5,5 milhões de reais. Houve apresentação de prova documental,
segundo o Ministério Público.
Confira nota de posicionamento enviada pelo senador Aécio
Neves (PSDB-MG):
“Considero importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das
delações, iniciativa solicitada por mim ao ministro Edson Fachin na semana
passada, e considero que assim será possível desmascarar as mentiras e
demonstrar a absoluta correção de minha conduta.”
Confira as acusações feitas pelos delatores nos inquéritos
abertos pelo STF e clique em leia mais para saber o que pesa
cada um (a lista está sendo atualizada):
GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DE SÃO PAULO (PSDB) –
governador usava cunhado para receber propina (leia
mais)
AÉCIO NEVES, SENADOR (PSDB-MG) – senador teria
recebido mesada de até 2 milhões de reais (leia
mais)
DILMA ROUSSEFF, EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA (PT) –
ex-presidente teria recebido 150 milhões para campanhas (leia
mais)
ROMERO JUCÁ, SENADOR (PMDB-RR) – senador recebeu
propina para defender interesses da Odebrecht (leia
mais)
RENAN CALHEIROS, SENADOR (PMDB-AL) – com Jucá, recebeu
R$ 5 milhões para aprovar MP (leia
mais)
EDISON LOBÃO, SENADOR (PMDB-MA) – senador levou R$ 5,5
milhões de reais da empreiteira (leia
mais)
FERNANDO COLLOR, SENADOR (PTC-AL) – recebeu 800 mil
reais na campanha eleitoral de 2010 (leia
mais)
LINDBERGH FARIAS, SENADOR (PT-RJ) – recebeu 4,5 milhões
de reais em propinas nas eleições de 2008 e 2010 (leia
mais)
CIRO NOGUEIRA, SENADOR (PP-PI) – recebeu 1,6 milhão de
reais nas eleições de 2010 e 2014 (leia
mais)
EDUARDO CUNHA, EX-DEPUTADO (PMDB-RJ) – ex-deputado
teria arquitetado plano para sepultar a Lava Jato (leia
mais)
BLAIRO MAGGI, MINISTRO DA AGRICULTURA (PP-MT) –
ministro recebeu R$ 12 mi para ajudar a liberar crédito da empresa (leia
mais)
VICENTE CÂNDIDO, DEPUTADO (PT-SP) – deputado federal
recebeu 50 mil reais para viabilizar Itaquerão (leia
mais)
JORGE PICCIANI, DEPUTADO ESTADUAL (PMDB-RJ) – recebeu
caixa dois da Odebrecht nos anos de 2010 e 2012 (leia
mais)
PAULO HARTUNG, GOVERNADOR DO ESPÍRITO SANTO (PMDB) –
recebeu 1 milhão de reais nas eleições de 2010 e 2012 (leia
mais)
HÉLDER BARBALHO, MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (PMDB-PA) –
recebeu 1,5 milhão de reais em três parcelas (leia
mais)
RICARDO FERRAÇO, SENADOR (PSDB-ES) – executivos
dizem que repassaram a ele 400.000 reais via caixa dois (leia
mais)
ALDEMIR BENDINE, EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS –
ex-presidente do BB e da Petrobras, recebeu dinheiro para ajudar a Odebrecht (leia
mais)
ALFREDO NASCIMENTO, DEPUTADO (PR-AM) – ex-ministro de
Lula e Dilma, recebeu 200 mil reais via caixa 2 (leia
mais)
JOÃO BACELAR FILHO, DEPUTADO (PR-BA) – recebeu 250 mil
reais da Odebrecht para ajudar em MP (leia
mais)
CELSO RUSSOMANNO, DEPUTADO (PRB-SP) – deputado federal
recebeu 50 mil reais na campanha de 2010 (leia
mais)
ZECA DIRCEU, DEPUTADO (PT-PR) – filho de José Dirceu
teria recebido 250 mil reais para campanha (leia
mais)
CARLOS ZARATTINI, DEPUTADO (PT-SP) – líder do partido
recebeu propina para atuar em favor de MPs (leia
mais)
PAULINHO DA FORÇA, DEPUTADO (SD-SP) – presidente da
Força Sindical recebeu 200 mil para campanha de 2010 (leia
mais)
ANTÔNIO ANASTASIA, SENADOR (PSDB-MG)
MILTON MONTI, DEPUTADO (PR-SP)
ALOYSIO NUNES, SENADOR (PSDB-SP)
ARLINDO CHINAGLIA, DEPUTADO (PT-SP)
ARTHUR MAIA, DEPUTADO (PPS-BA)
BRUNO ARAÚJO, MINISTRO DAS CIDADES (PSDB-PE)
CÂNDIDO VACCAREZZA, DEPUTADO (EX-PT-SP)
GUIDO MANTEGA, EX-MINISTRO DA FAZENDA (PT)
EDUARDO BRAGA, SENADOR (PMDB-AM)
OMAR AZIZ, SENADOR (PSD-AM)
CACÁ LEÃO, DEPUTADO (PP-BA)
CÁSSIO CUNHA LIMA, SENADOR (PSDB-PB)
DALÍRIO BEBER, SENADOR (PSDB-SC)
NAPOLEÃO BERNARDES, PREFEITO DE BLUMENAU (PSDB-SC)
DANIEL VILELA, DEPUTADO (PMDB-GO)
MAGUITO VILELA, EX-GOVERNADOR DE GOIÁS (PMDB)
DANIEL ALMEIDA, DEPUTADO (PCDOB-BA)
DÉCIO LIMA, DEPUTADO (PT-SC)
ANA PAULA LIMA, DEPUTADA ESTADUAL (PT-SC)
ELISEU PADILHA, MINISTRO-CHEFE DA CASA CIVIL (PMDB-RS)
MOREIRA FRANCO, SECRETÁRIO-GERAL DA PRESIDÊNCIA (PMDB-RJ)
FÁBIO FARIA, DEPUTADO (PSD-RN)
ROBINSON FARIA, GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE (PSD)
ROSALBA CIARLINI, PREFEITA DE MOSSORÓ (PP-RN)
FERNANDO BEZERRA, SENADOR (PSB-PE)
GILBERTO KASSAB, MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES (PSD-SP)
BETINHO GOMES, DEPUTADO (PSDB-PE)
JOSÉ FELICIANO, ADVOGADO
VADO DA FARMÁCIA, EX-PREFEITO DE CABO DO SANTO AGOSTINHO
(PTB-PE)
PAULO ROCHA, SENADOR (PT-PA)
HERÁCLITO FORTES, DEPUTADO (PSB-PI)
HUMBERTO COSTA, SENADOR (PT-PE)
IVO CASSOL, SENADOR (PP-RO)
JOÃO CARLOS RIBEIRO, EX-SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO DE
RONDÔNIA
JOÃO CARLOS BACELAR, DEPUTADO (PR-BA)
JORGE VIANA, SENADOR (PT-AC)
TIÃO VIANA, GOVERNADOR DO ACRE (PT)
JOSÉ CARLOS ALELUIA, DEPUTADO (DEM-BA)
ZECA DIRCEU, DEPUTADO (PT-PR)
JOSÉ DIRCEU, EX-MINISTRO-CHEFE DA CASA CIVIL
ZECA DO PT, DEPUTADO (PT-MS)
JOSÉ REINALDO TAVARES, DEPUTADO (PSB-MA)
ULISSES CÉSAR MARTINS, EX-PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO
MARANHÃO
RENAN FILHO, GOVERNADOR DO ALAGOAS (PMDB)
JÚLIO LOPES, DEPUTADO (PP-RJ)
JUTAHY MAGALHÃES JÚNIOR, DEPUTADO (PSDB-BA)
KÁTIA ABREU, SENADORA (PMDB-TO)
MOISÉS PINTO GOMES, MARIDO DA SENADORA KÁTIA ABREU
LÍDICE DA MATA, SENADORA (PSB-PE)
MARCO MAIA, DEPUTADO (PT-RS)
HUMBERTO KASPER, EX-PRESIDENTE DA TRENSURB
MARCO PRATES DA CUNHA, EX-PRESIDENTE DA
TRENSURB
PAULO BERNARDO, EX-MINISTRO DO PLANEJAMENTO (PT)
MARCOS PEREIRA, MINISTRO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS
(PRB-ES)
MARIA DO ROSÁRIO, DEPUTADA (PT-RS)
MÁRIO NEGROMONTE JÚNIOR, DEPUTADO (PP-BA)
VALDEMAR DA COSTA NETO, EX-DEPUTADO (PR-SP)
NELSON PELLEGRINO, DEPUTADO (PT-BA)
ÔNIX LORENZONI , DEPUTADO (DEM-BA)
PAULO HENRIQUE LUSTOSTA, DEPUTADO (PP-CE)
PEDRO PAULO, DEPUTADO (PMDB-RJ)
EDUARDO PAES, EX-PREFEITO DO RIO DE JANEIRO (PMDB)
RICARDO FERRAÇO, SENADOR (PSDB-ES)
RODRIGO MAIA, DEPUTADO (DEM-RJ)
CÉSAR MAIA, EX-PREFEITO DO RIO DE JANEIRO (DEM)
RODRIGO GARCIA, DEPUTADO (DEM-SP)
ROMERO JUCÁ, SENADOR (PMDB-RR)
EUNICIO OLIVEIRA, SENADOR (PMDB-CE)
LÚCIO VIEIRA LIMA, DEPUTADO (PMDB-BA)
RODRIGO JUCÁ, ADVOGADO E FILHO DE ROMERO JUCÁ (PSD-RR)
VALDIR RAUPP, SENADOR (PMDB-RO)
VANDER LOUBET, DEPUTADO (PT-MS)
VANESSA GRAZZIOTIN, SENADORA (PCDOB-AM)
ERON BEZERRA, MARIDO DA SENADORA VANESSA GRAZZIOTIN
VICENTINHO, DEPUTADO (PT-SP)
VITAL DO RÊGO FILHO, MINISTRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(TCU)
YEDA CRUSIUS, DEPUTADA (PSDB-RS)
Fora do STF
Dezenas de outros inquéritos foram enviados por Fachin a
outros tribunais porque os envolvidos não têm direito a foro no Supremo
Tribunal Federal, como os governadores de estado, que têm de ser julgados pelo
Superior Tribunal de Justiça.
Nesta lista estão, entre outros, os governadores de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), do Rio,
Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Na lista também está o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que precisam
ser julgados na primeira instância, ou seja, pela Justiça Federal de São Paulo.
Fonte: http://veja.abril.com.br/
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