O que é pior: ser vaiado ou desprezado? Ser apupado ou
ignorado?
Não são questões fáceis estas que devem estar ocorrendo
agora a Michel Temer.
Para resumir, pode-se dizer que ele teve o que merecia neste
sábado em Chapecó.
Depois de uma série de idas e vindas, em que o pânico das
vaias falou alto para sua alma medrosa como de hábito, ele decidiu ir ao
estádio do Chapecó para as homenagens às vítimas da tragédia.
Seu nome foi anunciado. Nenhuma manifestação. Nem vaia, nem
aplauso. Foi como se tivessem dado a hora.
O nome do embaixador da Colômbia foi anunciado: palmas.
Palmas de pé.
O contraste foi humilhante para Temer. Foi um silêncio
gritante.
Se tinham vontade de vaiar Temer, os presentes ao estádio
deram uma lição de civilidade e humanidade. Não era, definitivamente, hora de
misturar política e tributo. Cada coisa tem sua hora e seu lugar.
Vaiar Temer seria desrespeitar muito mais as vítimas da
tragédia do que o próprio Temer.
O silêncio foi um gesto de grandeza da multidão. Ao mesmo
tempo, foi mais uma prova de que Temer é menor que os brasileiros.
Muito menor.
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