STF
Renan Calheiros vira réu e ameaça “Este Senado ficará vazio
se eu for pra cadeia”
Os ministros Marco Aurélio Mello e Rosa Weber aceitaram
integralmente a peça acusatória, que também atribui a Renan Calheiros os crimes
de falsidade ideológica
Publicado 02/12/2016 14:02:18
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira
colocar no banco dos réus o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Oito dos onze ministros da Corte decidiram que o peemedebista deve ser julgado
pelo crime de peculato, desvio de dinheiro público, por ter usado um lobista da
empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão a uma filha que teve fora do
casamento.
Os ministros Edson Fachin, relator da matéria, Luís Roberto
Barroso, Teori Zavascki, Luiz Fux, Celso de Mello e a presidente do STF, Cármen
Lúcia, aceitaram parcialmente denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da
República em 2013, apenas para o crime de peculato.
Os ministros Marco Aurélio Mello e Rosa Weber aceitaram integralmente a peça
acusatória, que também atribui a Renan Calheiros os crimes de falsidade
ideológica e uso de documento público falso.
Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski rejeitaram a
acusação da PGR integralmente.
Nove anos de investigações
Em junho de 2007, a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan teve uma filha
fora do casamento, revelou com exclusividade a VEJA que teve despesas pessoais
pagas por Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior. Segundo ela,
os pagamentos eram realizados em dinheiro vivo e quase sempre feitos no
escritório da empreiteira em Brasília.
Mônica contou que recebeu os valores de março de 2004 a novembro de 2005.
Começou com 40.000 reais para pagar um ano de aluguel antecipadamente – na
verdade, 43.200 reais, pagos em 15 de março de 2004, conforme recibo da
imobiliária obtido por VEJA.
Além disso, ela recebeu pensão mensal de 8.000 reais e, de agosto de 2004 a
março de 2005, mais 2.800 reais para pagar a empresa de segurança devido a
ameaças de morte anônimas que teria recebido. De março de 2005 em diante,
quando trocou a casa por outro apartamento, além da pensão de 8 000 reais,
foram incorporados 4.000 reais para o aluguel, num total de 12.000 reais
mensais.
Renan nega todas as acusações.
Réu na linha sucessória
Em novembro, seis dos oito ministros do STF votaram a favor da ação apresentada
pelo partido Rede Sustentabilidade de que réus não poderão ocupar cargos na
linha de sucessão presidencial, que inclui os presidentes da Câmara e do
Senado.
A sessão, no entanto, foi suspensa após pedido de vistas do ministro Dias
Toffoli. Na ocasião, os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Luís
Roberto Barroso não estavam presentes na sessão.
Fonte: Pensa Brasil
Fonte: http://circuitomt.com.br/
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