DILMA CAIU PORQUE FREOU A CORRUPÇÃO NA PETROBRAS?
As delações da Odebrecht deixam no ar uma questão
intrigante: Dilma Rousseff foi afastada do cargo porque fechou as torneiras da
corrupção na Petrobras? Ontem, na mais importante das delações, Márcio Faria, o
número dois da empreiteira, afirmou que a empresa negociou, numa reunião
presidida por Michel Temer, uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB; Dilma
não apenas cortou o contrato em 43% como demitiu Jorge Zelada, o ex-diretor da
companhia, que hoje está preso em Curitiba; da mesma forma, Dilma também
demitiu, no começo do seu primeiro mandato, os ex-diretores Renato Duque e
Paulo Roberto Costa, que também foram presos na Lava Jato; será que foi a
intolerância de Dilma com a corrupção – que em Brasília se traduz por
"inabilidade política" – que custou seu mandato?
14 DE ABRIL DE 2017 ÀS 15:35
247 – Deposta pelo golpe parlamentar de 2016, a
presidente Dilma Rousseff sempre foi acusada de inabilidade política, uma
expressão muito comum em Brasília, que, quando traduzida para o português,
significa intolerância diante da corrupção.
Inábil, em geral, é quem não aceita passivamente a lógica de
que aliados devem ocupar cargos públicos para roubar e fazer caixa.
Dilma, portanto, era inábil. Uma prova disso ocorreu quando
decidiu demitir, em 2012, no segundo ano de seu primeiro mandato, Jorge Zelada,
que havia sido indicado para o cargo pelo PMDB (leia aqui reportagem do G1).
Hoje preso em Curitiba, Zelada foi responsável por um
contrato que rendeu uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB, numa reunião
presidida por Michel Temer, segundo delatou Marcio Faria, número dois da
Odebrecht (confira aqui o vídeo).
No mesmo período em que demitiu Zelada, Dilma também afastou
outros dois diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, que
estão entre os principais alvos da Lava Jato.
O primeiro saiu da prisão após
fechar sua delação premiada e o segundo continua preso em Curitiba.
Mais do que simplesmente demitir Zelada, Dilma também
determinou que o contrato da propina de US$ 40 milhões do PMDB fosse cortado em
43% (relembre aqui).
Naquele momento, ela começou a ser acusada pelo
PMDB, de forma mais estridente, de ser inábil politicamente.
O resultado é o que está aí: a presidente honesta foi
afastada num impeachment sem crime de responsabilidade conduzido por uma
constelação de políticos corruptos e o Brasil hoje é governado por pessoas com
grande habilidade política.
Todos, porém, alvo de pedidos de inquérito por
corrupção no Supremo Tribunal Federal.
Fonte: http://www.brasil247.com/
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