CULPA DE MORO: Queiroz Galvão anuncia demissão em massa
7 de abril de 2017
Alvo da Lava Jato, a empreiteira Queiroz Galvão perdeu quase
dois terços de seu faturamento e reduziu o quadro de funcionários para menos da
metade. Ainda assim, a empreiteira era vista como uma das menos afetadas pelo
escândalo pelos avanços que havia conquistado nos últimos meses.
As informações são de reportagem de mo Estado de S.Paulo.
“Primeiro teve os bens desbloqueados pelo Supremo Tribunal
Federal (STF); depois conseguiu a liberação de financiamento de US$ 145 milhões
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um projeto
no exterior; e deu início as obras de novo projeto, de R$ 200 milhões.
Mas há
três semanas o cenário mudou radicalmente e uma série de notícias ruins começou
a abalar as expectativas de recuperação da empresa.
Numa ação que alcançou outras quatro companhias, o Tribunal
de Contas da União (TCU) declarou a empresa inidônea por suposta fraude na
licitação da usina nuclear Angra 3. Com a medida, a construtora ficou proibida
de participar de novas licitações do governo federal, o que pode levar a
empreiteira à derrocada.
Na quarta-feira, outra medida atingiu em cheio a
empresa. O TCU bloqueou os bens de oito empreiteiras investigadas na Lava Jato,
sendo a Queiroz Galvão uma delas.
Em nota, antes dessa última decisão do tribunal, a empresa
afirmou que vai recorrer da declaração de inidoneidade. ‘A Construtora Queiroz
Galvão acredita que a decisão será revertida após apreciação, pelas
autoridades, de seus fundamentos de defesa. A empresa usará os recursos
cabíveis para esclarecer os fatos e preservar suas atividades no mercado.’
Especialistas avaliam, porém, que será uma tarefa difícil se livrar do selo de
inidoneidade, que acaba afetando também os negócios com o setor privado.
‘As empresas não querem ter relação com uma construtora que
tem essa imagem e esse selo’, afirmou o executivo de uma concorrente, que
prefere não se identificar. Terceira maior empreiteira do País, a Queiroz
Galvão viu suas receitas caírem de R$ 5 bilhões para R$ 2 bilhões, desde que
executivos da empresa foram presos na Lava Jato.
A nova realidade fez a empreiteira rever toda a estrutura,
afirmou um ex-funcionário da companhia.
Quatro escritórios regionais foram
fechados e a unidade de São Paulo, que antes ocupava dois andares no bairro do
Itaim Bibi, agora foi reduzida a apenas um pavimento.
As medidas de contenção
de despesas abrangeram de cortes de motoristas para o alto escalão a
renegociações de contratos com fornecedores. Um deles, que prefere não se
identificar, disse que o objetivo é reduzir os valores.”
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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