PROBLEMA: Propina de 50 milhões de Temer ganha novo capítulo
13 de junho de 2017
A comissão do Senado aprovou, nesta terça-feira (13), os
nomes dos dois indicados pelo governo Michel Temer: Alexandre Barreto e
Maurício Bandeira Maia a assumirem, respectivamente, a Presidência e o
colegiado do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A troca nos
postos do Cade foi tema de conversa grampeada entre o empresário Joesley
Batista e o presidente Michel Temer.
O grupo econômico J&F tinha interesse em uma disputa
entre a Petrobras e uma termelétrica do grupo que tramita no Cade.
Pela negociação
com Temer, por meio de seu assessor e deputado afastado Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR), o empresário acertou o pagamento de propina de 5% ao mandatário
sobre o lucro da Operação da Usina EPE em Cuiabá, durante aproximadamente 20
anos. O acordo renderia a Temer cerca de R$ 50 milhões.
A propina, segundo o delator Joesley Batista, era a
contrapartida para o governo autorizar e auxiliar na pressão sobre o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica para “afastar o monopólio da Petrobras do
fornecimento de gás para termoelétrica do Grupo J&F”.
Loures chegou a
telefonar para o então presidente interino do Cade, Gilvandro
Araújo, diante de Joesley, pedindo a intervenção.
O empresário dono da JBS então “prometeu, caso a liminar
fosse concedida, ‘abrir planilha’, creditando em favor de Temer 5% desse lucro”
e “Rodrigo [Rocha Loures] aceitou”, disse Joesley Batista no acordo de delação
com a Procuradoria-Geral da República.
Loures disse a Batista que a proposta do
pagamento seria levado ao “presidente”, no caso Temer.
Na conversa que teve com o próprio mandatário, em março
deste ano, Joesley mencionava a intenção de intervir no Cade.
Perguntou a
Temer, no Palácio do Jaburu, se a presidência do Conselho já havia sido
alterada e obteve do presidente da República a resposta afirmativa.
Um mês após essa conversa, Temer oficializou as indicações
de Barreto e Maia ao Cade, que nesta terça-feira foram aprovadas por comissão
do Senado.
Os indicados possuem formação e carreira na administração pública,
são servidores com histórico de trabalhos em governos e no próprio Senado, o
que motivou a desconfiança de parlamentares da oposição, uma vez que seus
currículos diferem dos membros do Cade.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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