Janot reitera pedido de prisão de Aécio Neves
Procurador-geral da República também defendeu a permanência
de Andrea Neves na cadeia
HÁ 19 HORAS 10/06/2017
POR NOTÍCIAS AO MINUTO
© Ueslei Marcelino / Reuters
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou o
pedido de prisão preventiva do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e
manifestou-se pela manutenção da prisão de Andrea Neves da Cunha, Mendherson
Souza Lima e Frederico Pacheco nesta sexta-feira (9).
As informações são do
portal do Ministério Público Federal (MPF).
Janot enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta
sexta-feira, documento para justificar a posição.
Na manifestação, o PGR pede,
no mínimo, a manutenção das medidas cautelares impostas a Aécio Neves e o envio
dos recursos com a máxima urgência para apreciação do plenário do Supremo.
Os agravos questionam decisões que decretaram a prisão
preventiva de Andrea Neves, Mendherson Souza e Frederico Pacheco e a decisão
que fixou medidas cautelares diversas à prisão a Aécio Neves.
No documento, o procurador-geral destaca a abundância de
provas materiais concretas e idôneas atribuídas aos presos associados a Aécio
Neves, a alta gravidade do delito e o risco de repetição, o que torna a prisão
preventiva imprescindível para a garantia da ordem pública.
Segundo ele,
"são muitos os precedentes do Supremo Tribunal Federal que chancelam o uso
excepcional da prisão preventiva para impedir que o investigado, acusado ou
sentenciado torne a praticar certos delitos enquanto responde a inquérito ou
processo criminal, desde que haja prova concreta do risco correspondente."
Corrupção passiva e lavagem de dinheiro - A manifestação
demonstra, com a transcrição de conversas entre os envolvidos, que há fortes
indícios de que Andrea Neves, Frederico de Medeiros e Mendherson Souza Lima
trabalham diretamente nos negócios escusos feitos pelo senador Aécio Neves.
"Andrea Neves e Frederico de Medeiros trataram diretamente com Joesley
Batista e Ricardo Saud, respectivamente, sobre a solicitação de propina no
valor de R$ 2 milhões, ocorrida no ano em curso".
Andrea Neves é apontada como braço-direto do irmão nos
esquemas de corrupção.
"Ao revés do que busca fazer crer a sua defesa, as
condutas imputadas a Andrea Neves encontram-se minuciosamente delimitadas na
inicial acusatória no tocante ao delito de corrupção passiva, bem assim quanto
ao seu envolvimento nos demais a crimes a serem objetos de novas apurações,
havendo provas contundentes de seu papel de protagonismo na defesa do
interesses criminosos dos seu irmão, o Senador Aécio Neves", diz texto de
Janot.
Janot destaca que, de acordo com gravações ambientais e
interceptações telefônicas autorizadas pelo ministro Edson Fachin, Aécio Neves
"vem adotando, constante e reiteradamente, estratégias de obstrução
de investigações da Operação Lava Jato, seja por meio de alterações
legislativas para anistiar ilícitos ou restringir apurações, seja mediante
interferência indevida nos trabalhos da Polícia Federal, seja através da
criação de obstáculos a acordos de colaboração premiada relacionados ao
caso".
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