sábado, 10 de junho de 2017

Janot reitera pedido de prisão de Aécio Neves

Janot reitera pedido de prisão de Aécio Neves
Procurador-geral da República também defendeu a permanência de Andrea Neves na cadeia
HÁ 19 HORAS 10/06/2017  POR NOTÍCIAS AO MINUTO

 
© Ueslei Marcelino / Reuters

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou o pedido de prisão preventiva do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e manifestou-se pela manutenção da prisão de Andrea Neves da Cunha, Mendherson Souza Lima e Frederico Pacheco nesta sexta-feira (9). 

As informações são do portal do Ministério Público Federal (MPF).

Janot enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, documento para justificar a posição. 

Na manifestação, o PGR pede, no mínimo, a manutenção das medidas cautelares impostas a Aécio Neves e o envio dos recursos com a máxima urgência para apreciação do plenário do Supremo.

Os agravos questionam decisões que decretaram a prisão preventiva de Andrea Neves, Mendherson Souza e Frederico Pacheco e a decisão que fixou medidas cautelares diversas à prisão a Aécio Neves.

No documento, o procurador-geral destaca a abundância de provas materiais concretas e idôneas atribuídas aos presos associados a Aécio Neves, a alta gravidade do delito e o risco de repetição, o que torna a prisão preventiva imprescindível para a garantia da ordem pública. 

Segundo ele, "são muitos os precedentes do Supremo Tribunal Federal que chancelam o uso excepcional da prisão preventiva para impedir que o investigado, acusado ou sentenciado torne a praticar certos delitos enquanto responde a inquérito ou processo criminal, desde que haja prova concreta do risco correspondente."

Corrupção passiva e lavagem de dinheiro - A manifestação demonstra, com a transcrição de conversas entre os envolvidos, que há fortes indícios de que Andrea Neves, Frederico de Medeiros e Mendherson Souza Lima trabalham diretamente nos negócios escusos feitos pelo senador Aécio Neves. 

"Andrea Neves e Frederico de Medeiros trataram diretamente com Joesley Batista e Ricardo Saud, respectivamente, sobre a solicitação de propina no valor de R$ 2 milhões, ocorrida no ano em curso".

Andrea Neves é apontada como braço-direto do irmão nos esquemas de corrupção. 

"Ao revés do que busca fazer crer a sua defesa, as condutas imputadas a Andrea Neves encontram-se minuciosamente delimitadas na inicial acusatória no tocante ao delito de corrupção passiva, bem assim quanto ao seu envolvimento nos demais a crimes a serem objetos de novas apurações, havendo provas contundentes de seu papel de protagonismo na defesa do interesses criminosos dos seu irmão, o Senador Aécio Neves", diz texto de Janot.

Janot destaca que, de acordo com gravações ambientais e interceptações telefônicas autorizadas pelo ministro Edson Fachin, Aécio Neves "vem adotando, constante e reiteradamente, estratégias de obstrução de investigações da Operação Lava Jato, seja por meio de alterações legislativas para anistiar ilícitos ou restringir apurações, seja mediante interferência indevida nos trabalhos da Polícia Federal, seja através da criação de obstáculos a acordos de colaboração premiada relacionados ao caso".


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