Juiz da Lava Jato no Rio diz defender a “ditadura da
honestidade”
O magistrado acrescentou que o trabalho da Justiça, do
Ministério Público e da polícia tem que continuar
Por Estadão
Conteúdo
Access_time12 jun 2017, 21h14
Marcelo Bretas: "A única preocupação que temos
é de
entregar ao povo o sentimento de Justiça'
(Leo Martins/AG. O Globo)
Rio – O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos
desdobramentos da Operação
Lava Jato no Rio, afirmou nesta segunda-feira, 12, defender a
“ditadura da honestidade” e negou que exista a chamada ditadura do Judiciário.
“(Isso) não existe, não é nossa percepção.
A ditadura que
perseguimos e defendemos é a da honestidade”, disse antes de cerimônia em sua
homenagem na Câmara Municipal do Rio.
O magistrado reconhece que há casos de excessos e erros são
cometidos.
“Juízes erram, ministros erram, desembargadores erram.
Quando o juiz erra, o tribunal corrige. Quando um desembargador erra, um
ministro corrige. Somos homens. O importante é que queiramos acertar”.
O magistrado acrescentou que o trabalho da Justiça, do
Ministério Público e da polícia tem que continuar.
Sobre eventuais erros seus durante a condução dos
desdobramentos da Lava Jato, afirmou estar sempre preocupado em não errar.
“Talvez (tenha cometido) algum erro, mas tenho muita preocupação de não
cometê-los”.
Bretas recebe na noite desta segunda-feira a medalha Pedro
Ernesto, principal homenagem que a Câmara presta a quem mais se destaca na
sociedade brasileira ou internacional.
“A única preocupação que temos é de entregar ao povo o
sentimento de Justiça, temos todos um inimigo comum e esse inimigo chama-se
corrupção”, afirmou o magistrado em entrevista coletiva.
Sobre a entrega da premiação, se disse agradecido, mas
afirmou que esse não é o seu objetivo. “O juiz que trabalha para ser
reconhecido é como um juiz corrupto, que trabalha por outro motivo que não o de
aplicar a Justiça”.
Também disse não ver riscos à Lava Jato.
“Acho que a
maturidade do povo brasileiro é muito maior do que há alguns anos atrás. Isso
começou com a demonstração de eficiência do julgamento que o Supremo fez
durante o mensalão, contagiando no bom sentido muitos juízes, me incluo entre
eles”.
Bretas comentou o recente reforço na estrutura da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio, da qual é titular. “Não tínhamos a estrutura
necessária para as demandas que estão chegando e as que virão.
O reforço foi
muito importante para evitar erros”.
O magistrado também reforçou a previsão de sair até julho a
sentença da Operação Calicute, que levou à prisão o ex-governador do Rio Sérgio
Cabral, sua mulher Adriana Ancelmo, entre outros réus.
“Até julho é uma
previsão, em princípio seria isso, mas pode ser um pouco mais ou menos”,
afirmou.
Fonte: http://exame.abril.com.br/
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