COBRANDO 40 MIL: Dallagnol estaria usando nome de Lula para
se manter na mídia e faturar alto em palestras; ENTENDA!
15 de junho de 2017
POR KIKO NOGUEIRA
Há uma velha máxima no futebol com respeito à figura mítica
do perna de pau: “Esse aí pode deixar que a natureza marca”.
O procurador Deltan Dallagnol é o principal agente
desmoralizador de si mesmo. Não precisa de ninguém para se ocupar disso.
Nele se unem a megalomania, a ambição, a arrogância, a fama,
a fé evangélica e a falta de noção, resultando num pacote de auto
constrangimento e vergonha alheia.
Dallagnol embarcou numa ego trip que ninguém mais
controla.
De Silvio Santos a Elton John, passando pelo dono da Riachuelo, é
comum o sujeito perder o senso do ridículo, mas depois de um certo tempo.
Deltan está passando por isso precocemente, aos 36 anos.
Vive cercado de yes men que não o censuram mais. Como funcionário público, é
mais complicado.
Alguém que cita a si mesmo sete vezes, mais Sherlock Holmes
e uma teoria que ele mesmo criou (o “explanacionismo”) numa peça jurídica
deveria ser chamado de lado pelo juiz e instado a tirar uns dias de folga para
pôr a cabeça no lugar.
Ao invés disso, Dallagnol vai faturando. Suas palestras são
vendidas por um cachê entre 30 e 40 mil reais, como se vê num site
que o agencia juntamente com Ana Paula Padrão, Caio Ribeiro, Família
Schürman, entre outros.
O release é inacreditável. “Quando aparece para uma
entrevista, fica claro que ele preparou cada tópico da fala e não foge do
roteiro”, lê-se.
“Assim, dribla a timidez. Cordial, emprega frases de efeito,
que também recheiam os processos. Para ele, por exemplo, Lula é o ‘comandante
máximo’ do desvio de recursos da Petrobras”.
Como assim? Então era uma frase de efeito, um truque, para
deleitar a plateia? Não importa? Tudo bem para o Lula ou não vem ao caso?
A repórter Anna Virginia Balloussier fez um relato na Folha
sobre uma apresentação de Dallagnol num congresso da ala paulista da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica.
“Nós antes éramos os golpistas. Agora nós somos os golpistas
dos golpistas? Eu fico confuso”, disse.
Sacou?
Dallagnol fez merchã de seu livro e adaptou
a cantilena ao público. “O país está desfigurado. Precisamos de uma
cirurgia reconstrutiva. Acho que vim no lugar certo para pedir ajuda”, falou.
Pegou?
Outra: “Você já teve um paciente que se olhava no espelho e
se achava mais bonito do que era? O Brasil se olhava no espelho e se achava
mais bonito do que era. A corrupção vende ilusões”.
Quem o introduziu foi o cirurgião Rolf Gemperli,
um tipo que costumava aparecer na bancada do Jornal da Cultura, de SP, com
comentários pedestres.
Num deles, defendia o fim do voto obrigatório porque
eleições deviam ser só para quem tem “conhecimento da política”.
“Gosto dos médicos porque médicos gostam da Lava Jato”,
declarou Deltan.
O ponto alto do show foi quando um espectador quis saber se
ele tinha uma “previsão real” para a prisão de Lula.
“Vou exercer meu direito constitucional de ficar em
silêncio”, respondeu Dallagnol.
Sacou?
Na semana passada, ele comemorava a marca de 100 mil
seguidores no Twitter. A jornalista e blogueira Nina Lemos deu-lhe uma bronca,
lembrando-o que não é “uma blogueira teen”.
Nina errou. No fundo, Dallagnol não passa muito disso. Lula
e a batalha contra corrupção viraram um filão que DD, Moro e seus
cometas exploram.
Enquanto durar a Lava Jato, e ela não tem hora para
terminar, eles vão se dar bem. Se a grana é oriunda, eventualmente, de uma
categoria extremamente afeita a sonegar impostos, como a dos médicos, não tem
problema.
Business is business. O importante é dar um jeito nesse
país. Eu não tenho culpa, eu votei no Aécio.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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