VEJA INOCENTOU LULA SEM SABER: ‘Lula nunca gostou de mim’,
diz Marcelo Odebrecht a procuradores
12 de abril de 2017
Marcelo Odebrecht decidiu atravessar o samba no segundo dia
das conversas com procuradores da Lava Jato que precederam sua delação.
Indagado a respeito de suas relações com o ex-presidente Lula, respondeu: “O
Lula nunca gostou de mim.
Quem sempre tratou de tudo com ele foram o meu pai e
o Alexandrino (Alencar, diretor de relações institucionais)”. A resposta não
estava no roteiro que advogados da empresa haviam traçado diretamente sob a
batuta de Emílio Odebrecht, o pai de Marcelo.
Por essa estratégia, Emílio seria
poupado de maiores responsabilidades nos malfeitos da empresa, da mesma forma
que executivos-chave como Pedro Novis, ex-presidente do conselho da Braskem. Já
Marcelo tomaria para si a parte mais pesada da culpa. Isso permitiria que mais
executivos se mantivessem em seus cargos e continuassem tocando a empresa.
Em
outras palavras, Marcelo seria o cordeiro do sacrifício cujo sangue irrigaria o
império presente em 26 países e responsável por um faturamento de 125 bilhões
de reais em 2015 (a Odebrecht é a maior construtora do Brasil e a 13ª do
mundo).
Ocorre que o príncipe dos empreiteiros começou a achar que a conta
estava salgada demais para ele.
Naquele dia em que disse não ser próximo de Lula e apontou o
dedo para o próprio pai, Marcelo implodiu de uma vez as pontes que ainda o
ligavam à empresa.
Aos gritos, desafiou os advogados Theo Dias e Adriano Maia —
o primeiro, contratado pela Odebrecht, e o segundo, diretor jurídico da empreiteira.
Ambos participavam da conversa com os investigadores, juntamente com a irmã de
Marcelo, Mônica, e o também advogado Luciano Feldens — contratado pessoalmente
por Marcelo depois que ele passou a achar que estava sendo prejudicado na
divisão da culpa.
A rebeldia do primogênito da família não apenas selou o seu
distanciamento da Odebrecht como também deixou claro que a relação com Emílio,
seu pai, que sempre havia sido turbulenta, chegava ao seu pior momento.
VEJA
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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