Depois de ser processado pela quarta vez por Gilmar, Nassif
manda recado, ‘Essas ações fazem um estrago maior nos seus pares’
4 de abril de 201
Gilmar Mendes e Sérgio Moro têm várias coisas em comum.
Atropelam os procedimentos e a compostura jurídica, são poupados pela mídia e
pelos colegas, e reagem a qualquer crítica abrindo ações contra os críticos.
Trata-se de um atentado grave à democracia.
Os abusos de
ambos são reconhecidos por todo o meio jurídico. Mas, amparados ou pela mídia
ou pelo clamor público, valem-se disso para despertar solidariedade ou
intimidar o Judiciário e partir para a perseguição implacável dos críticos,
valendo-se de seu poder de Estado.
Acabo de ser alvo da quarta ação de Gilmar.
Assim como sua extraordinária influência sobre o Judiciário
colocam-no a salvo de qualquer ação, deveria valer também para impedir ações
contra terceiros, especialmente contra os críticos.
Como um juiz de 1a
instância de Brasília – ou um desembargador – se sentirá julgando um processo
de um Ministro do Supremo, poderoso e vingativo, com influência junto ao
presidente da República, a tribunais superiores, a magistrados que lecionam em
seu instituto, à mídia e a políticos em geral?
Gilmar tem um problema pessoal comigo. Deixou claro quando,
na própria sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em que não conseguiu
bloquear a posse de Dilma, passou cinco minutos me ofendendo com injúrias de
toda espécie.
Abri um direito de resposta no Blog, avisando que não responderia
no mesmo tom porque tinha mais respeito pelo meu blog do que ele pelo TSE.
A partir daí, começou a jogar no seu campo de uma forma
pouco valente, porque escudado em seu cargo de Ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal), dono de um Instituto que emprega juízes e Ministros. E
contra um jornalista que não dispõe sequer da retaguarda proporcionada por uma
grande empresa.
Pergunto ao meio jurídico e aos colegas jornalistas: quem
segura Gilmar? Para não enfrenta-lo, seus colegas do Supremo e do TSE preferem
trata-lo como uma curiosidade, uma pessoa desequilibrada que fica aspergindo
ofensas a torto e a direito. Tratam seu comportamento como se fosse uma
inconveniência a ser ignorada, e não como um comprometimento grave à imagem do
Supremo.
Seu comportamento é escandaloso, humilhante para o país,
humilhante para os jornais que o preservam, para seus colegas que se intimidam
com seus esbirros.
A imprensa o poupa de todas as maneiras.
Com exceção de
explosões eventuais do Procurador Geral da República (PGR), o único freio a
Gilmar tem sido a crítica dos blogs. E sobre eles ele joga o peso do seu cargo
e sua influência no Judiciário.
Essas ações de Gilmar custam tempo e recursos de suas
vítimas. Mas fazem um estrago maior nos seus pares e na mídia, que aceitam em
silêncio resignado a desmoralização que impõe ao Supremo e à Justiça e, por
consequência, ao Brasil.
PS – Vou fechar para comentários, porque até comentários são
utilizados como argumento na ação proposta por ele.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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