Ex-assessor de Cabral tentou fugir com maleta cheia de
dinheiro
VEJA.com João
Pedroso de Campos 41 minutos atrás 24/11/2016
© image/jpeg Sérgio Cabral
Preso na Operação Calicute, desdobramento da Operação Lava Jato
deflagrado na semana passada, Wagner Jordão Garcia, um dos ex-assessores
do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, tentou fugir pouco antes
de a Polícia Federal bater à porta de sua casa, no Leblon, Zona Sul do Rio.
O
Ministério Público Federal suspeita que houve vazamento da operação.
O procurador que acompanhou o cumprimento dos mandados de
prisão e busca e apreensão contra Garcia informou ao juiz federal Marcelo
Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Estado, que às 5h55 da
quinta-feira passada, quando a operação foi deflagrada, o ex-assessor de Cabral
desceu pelo elevador do edifício onde mora com 22.000 reais em dinheiro vivo,
alocados dentro de uma maleta.
Veja também
Para Bretas, a intenção de Garcia era fugir do país.
A
conclusão do magistrado se baseia em interceptações telefônicas que mostram uma
conversa entre Wagner Jordão Garcia e um homem chamado Rogério.
No diálogo gravado pelos investigadores, o interlocutor diz
a Garcia que “perderam o azimute.
Mas meu amigo, olha aqui, canja de galinha e
Parrilla uruguaia, não mata niguém não”. Como resposta, o ex-assessor de Cabral
diz que “não mata não, e vai ter gente para o aeroporto correndo, hein” e “eu
vou comer essa Parilla contigo, hein”.
“As interceptações telefônicas autorizadas por este juízo
comprovam que esse investigado manifestou intenção de fuga do país três dias
antes de deflagrada a operação (14.11.2016) e mais, que o investigado Carlos
Emanuel de Carvalho Miranda, chamado ‘homem da mala de Sérgio Cabral’ também
pretendia fugir do país”, afirma Marcelo Bretas.
O magistrado ainda diz considerar “graves os fatos relatados
do órgão ministerial, bem como o teor dos diálogos interceptados, uma vez que o
investigado integraria o núcleo administrativo do esquema de corrupção, sendo
suspeito de ser um dos responsáveis por solicitar/receber propinas das
empreiteiras Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia de por em prática
esquemas de lavagem do dinheiro amealhado com a prática de delitos”.
Os investigadores pediram a Marcelo Bretas que acrescentasse
“efetivo risco de tentativa de fuga do investigado para o exterior” entre os
elementos que fundamentaram a prisão preventiva de Garcia. O magistrado deferiu
o pedido.
Arquivado em:Política
Nenhum comentário:
Postar um comentário