Papa Francisco amplia poder de perdoar aborto a todos os
padres
Reuters Por Philip Pullella17 horas atrás 21/11/2016
© Foto: Tony Gentile/Reuters Francisco, cujo papado tem
se caracterizado pelo esforço de tornar a Igreja Católica mais inclusiva e
complacente, fez o anúncio em um documento conhecido como "carta
apostólica".
O papa Francisco ampliou nesta segunda-feira o poder de
perdoar abortos a todos os padres católicos indefinidamente, expandindo um
direito anteriormente reservado a bispos ou confessores especiais.
Francisco, cujo papado tem se caracterizado pelo esforço de
tornar a Igreja Católica mais inclusiva e complacente, fez o anúncio em um
documento conhecido como "carta apostólica" após o encerramento do
"Ano Sagrado da Misericórdia" da igreja, no domingo.
O pontífice disse querer "reafirmar com a maior firmeza
possível que o aborto é um pecado grave, já que põe fim a uma vida
inocente", mas que "não há pecado que a misericórdia divina não possa
alcançar e sanar quando encontra um coração arrependido que busca se
reconciliar (com Deus)".
O papa já havia concedido temporariamente a todos os padres
o poder do que é conhecido como "absolvição sacramental" ao aborto
durante o Ano Sagrado, que durou de 8 de dezembro passado a 20 de novembro, mas
o tom solene de suas palavras na carta desta segunda-feira deu a entender que a
mudança irá durar no mínimo até o final de seu papado.
"Doravante, concedo a todos os padres, em virtude de
seu ministério, a faculdade de absolver aqueles que cometeram o pecado de
procurar abortos. A provisão que fiz a este respeito, limitada à duração do Ano
Sagrado Extraordinário, é agora ampliada", disse.
Segundo os ensinamentos católicos, o aborto é um pecado tão
sério que aqueles que o procuram ou realizam incorrem em excomunhão automática
até que o pecado seja absolvido em confissão.
Anteriormente só um bispo ou confessor especial designado em
uma diocese podia conceder absolvição por um aborto.
Embora os bispos de algumas dioceses de países
desenvolvidos, como Estados Unidos e Reino Unido, já tivessem delegado essa
autoridade a padres nas paróquias, a velha prática ainda vigorava na maior
parte do mundo.
Em um documento do ano passado, Francisco descreveu a
"provação existencial e moral" enfrentada pelas mulheres que
encerraram uma gravidez e disse que "conheceu muitas mulheres que levam em
seu coração a chaga desta decisão excruciante e dolorosa".
Nenhum comentário:
Postar um comentário