sábado, 19 de novembro de 2016

Diploma suspeito pode tirar privilégios de Garotinho

Diploma suspeito pode tirar privilégios                        de Garotinho
Ex-governador do Rio alega ter se formado em Teologia, mas datas e instituições não batem 
Por Marcos Rogério Lopes
access_time19 nov 2016, 12h21
 Deputado Anthony Garotinho
Anthony Garotinho não convenceu a Justiça sobre seu curso superio (Valter Campanato/VEJA.com)

A fase ruim do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, parece estar só começando. Agora, é o seu diploma universitário que está sendo questionado. 

Segundo matéria do jornal O Globo, inconsistências em datas, documentos e carga horária de aulas põem em dúvida sua formação em Teologia, o que pode mudar seu destino no sistema carcerário. Detentos com curso superior ficam em Bangu 8, mais confortável que outros presídios do sistema.

Na madrugada deste sábado, o ex-governador foi transferido do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, para um hospital particular na Zona Norte do Rio. A transferência foi determinada na sexta-feira pela ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois que ele for submetido a acompanhamento médico e realizar os exames necessários, poderá ficar em prisão domiciliar.
De acordo com o jornal, em um processo de 2014 do Tribunal Regional Eleitoral, Garotinho afirmou ter feito a graduação na Fatun, no Centro do Rio. Nos autos, no entanto, ele informou que o diploma foi expedido pela Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil (Faceten), em Roraima. Em publicação em seu blog, apresentou o diploma de uma terceira instituição: o Instituto de Ensino Evangélico e Formação Teológica, do Rio.

Para o desembargador Alexandre de Carvalho Mesquita, que relatou a ação por suposto abuso de poder econômico, os fatos mostram que “o investigado nunca fez um curso superior de Teologia”. Ele apontou ainda “evidências de falsidade ideológica” no episódio.
O diploma apresentado por Garotinho no blog mostra que o curso foi concluído em dezembro de 2011. À Justiça Eleitoral, porém, o ex-governador informou o mês de outubro de 2012.

Garotinho está preso desde quarta-feira por acusação de compra de votos nas eleições deste ano. Sexta-feira à noite, em decisão da ministra do Tribunal Superior Eleitoral Luciana Lóssio, ele foi transferido do presídio de Bangu 8 para um hospital particular.



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